Hey gente, tudo bem?

Ler “Na Travessia do Tempo” é como sentar-se ao lado de Manuel Bandeira numa tarde preguiçosa e ouvi-lo contar histórias com uma simplicidade que aquece a alma. O livro, organizado por Gustavo Tuna, é um convite para conhecer o lado mais íntimo e cotidiano de um dos maiores poetas brasileiros, através de crônicas que misturam afeto, memória e lirismo.

Dividido em quatro blocos temáticos – Família, Amigos, Cidades e Festas – o livro tem aquele charme de álbum de recordações. É impossível não se emocionar com as reminiscências familiares, descritas com ternura e reverência, ou não sorrir com os retratos calorosos das amizades que marcaram sua vida. As descrições das cidades que Bandeira visitou são pintadas com palavras tão delicadas que quase sentimos o aroma das ruas ou ouvimos os sons que o encantaram.

Outro ponto de destaque são as ilustrações de Flavio Pessoa, que complementam o texto de maneira sutil, dando forma às paisagens e sensações que Bandeira tão bem evocava em suas palavras.

O que mais me marcou foi a capacidade do autor de transformar o banal em extraordinário. Ele não escrevia para impressionar, mas para dividir momentos – uma tarde em família, um encontro com um amigo, uma festa alegre. E nessa simplicidade está a beleza do livro. É quase como se ele estivesse nos lembrando de que a vida, mesmo em sua rotina mais comum, é cheia de poesia.

A organização de Gustavo Tuna é impecável, permitindo que a leitura flua com naturalidade e reforçando a sensação de proximidade com o autor. Cada crônica é uma janela para o coração e a alma de Manuel Bandeira, revelando um homem que, mesmo em tempos difíceis, via o mundo com olhos de encantamento.

Recomendado para quem gosta de literatura que aconchega e nos faz valorizar as pequenas coisas da vida.

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Já leram? Me conta!

Beijos!