ENTREVISTA COM AUTORES #72 | Autora Lu. Franzin

by - domingo, fevereiro 16, 2020


1 - Como você percebeu que queria ser escritora?
Bem, não foi realmente uma percepção. No sentido de que acordei uma manhã e decidi: “É isso! Vou ser escritora”. Foi um processo gradativo que foi acontecendo aos poucos, sem nenhuma pretensão da minha parte. Sempre gostei muito de escrever em agendas e diários. Muito antes da onda dos “Bullets Journals”, eu já guardava muitos cadernos dos meus anos de ensino médio em caixas em cima do guarda roupa... rs... Mas a verdade sobre o fato de me dedicar à escrita nasceu depois que conheci uma escritora brasileira, a Carina Rissi. Quando vi o lindo trabalho dela, e após conhecê-la como pessoa (que por sinal é uma criatura incrível!), me lembrei das muitas histórias que guardava nas antigas agendas e resolvi mostrar alguns contos para alguns amigos. A aceitação foi muito boa e o incentivo que recebi em retorno, me mostrou que eu tinha algo a mostrar, que minhas histórias poderiam ser apreciadas, e que de alguma maneira, eu conseguiria tocar a vida de alguém. E o retorno que estou recebendo aos poucos, a respeito do meu livro recém-lançado pela Editora Appris, me mostra que estou no caminho certo.

2 - Tem algum personagem favorito? Em modo geral ou do seu(s) livro(s)? Se sim, por quê? O que ele significa para você?

Em se tratando do meu personagem favorito, gosto de me dedicar àquele que estou lendo no momento. Gosto de romances, cheios de drama e com final feliz (isso é um detalhe imprescindível!), e o casal da história sempre me pega pelo pé, tanto que acabo incluindo-os em minhas conversas sociais, como se fossem pessoas reais. Atualmente me divido entre Alex e Henry do livro “Vermelho Branco e Sangue Azul”, da autora Casey McQuinston, e Melissa Gouveia e Nicolas Cassani da história “Amor sob Encomenda” da Carina Rissi. Mas... O personagem que nunca me sai da mente, nem sob tortura, é o Legolas, esse, definitivamente, é o meu preferido!

3 - Como foi para você, entrar no mundo literário?
Foi acontecendo aos poucos. Não era uma pretensão, como se eu decidisse escolher a literatura como carreira profissional. Foi um processo de descoberta e posso afirmar que assim que me vi nesse meio, não me senti a melhor escritora do mundo, pelo contrário. Procurei por cursos e literaturas que me ajudassem a entender o processo de escrita melhor. Eu não estava mais escrevendo em agendas... Precisava me capacitar, então tornei os livros “A bíblia do escritor” de Alexandre Lobão e “Story” do Robert McKee meus livros de cabeceira. E sempre estou em busca de novos conceitos didáticos a respeito da escrita. O aprendizado não para com o lançamento do primeiro livro.

4 - Você faz muitas pesquisas antes de escrever uma história?
Sempre! Às vezes quero falar sobre uma doença especifica que meu personagem decidiu incorporar, mas eu não sou médica, assim, preciso me informar. Para a situação que envolve um dos meus personagens em “Colcha de Retalhos”, realmente marquei uma consulta com um médico neurocirurgião para que ele pudesse tirar as duvidas que o Google não foi capaz de me responder. Lugares, costumes, culturas tudo precisa ser investigado quando montamos as características de um personagem. Imagina um brasileiro, descendente de gregos, e que não sabe nada da Grécia ou dos mitos gregos? Somente seria verossímil se ele tivesse sido exposto a outras culturas e tivesse sua historia totalmente apagada. Isso é possível, mas em um momento ou outro ele poderia descobrir suas origens, e talvez quisesse saber mais a respeito. Então me antecipo e descubro por ele antes... Eu gosto de criar perfis individuais para cada personagem. Antes de contar a historia deles, aquela que esta sendo desenhada em minha cabeça, eu preciso conhecer a historia de cada um, suas origens, seu defeitos, seus sonhos, seus medos... Tudo! E é aí que a pesquisa se faz minha parceira na escrita.

5 - Existem muitas cobranças por parte de seus leitores?
No sentido de como a história está escrita não. Mas já recebo cobranças para lançamentos futuros, e isso me deixa imensamente feliz. Meus queridos leitores, me cobrem a vontade!!

6 - Fale um pouco sobre sua forma de criação... tem alguma mania na hora de escrever?

Meu primeiro passo é criar o perfil dos personagens. Tenho uma lista de características que preencho para cada um deles. Esse processo é feito a mão, com canetas coloridas, e milhões de post-its... Depois faço um rascunho grande com toda a história apontando o começo, o meio e final. Esse processo também é feito a mão em um caderno, e só após terminar essa fase me sento para escrever no computador. Esse processo não impede que novas ideias surjam no meio do caminho, então encaixo os post-its no meio, sempre mantendo um olho atento ao desenrolar. Escrever para mim é prazeroso, gosto de contar historias, então enxergo o ato de escrever como uma hora de diversão e relaxamento.

7 - Quais são seus projetos para um futuro próximo?
Estou escrevendo um romance LGBT. E estou amando contar a história desse casal, que passou por muita coisa até se encontrarem e começarem a construir suas vidas juntos. Alguns amigos já deram uma olhada e estão ansiosos para a finalização desse novo romance.

Gostaria de deixar algum recado para os leitores do Lost Words, e para seus futuros leitores?
Leiam. Leiam muito, leiam tudo. Leiam livros, blogs, revistas, receitas de bolo e receitas de remédio, e tudo o mais que estiverem ao alcance de cada um. É através da leitura que aprendemos a nos relacionar em sociedade, com ela criamos argumentos, entendemos conceitos e ideias. Precisamos da nossa língua para nos comunicar e nos fazer fortes quando precisamos gritar alto e lutar por nossos direitos. Certa vez ouvi uma frase e concordo plenamente com ela: “... quem diz que tem preguiça de ler é porque ainda não encontrou algo que lhe encante na leitura”.

Sobre a autora:


Em 2013 tive o conto “Amor e Redenção”, publicado na antologia Amores Impossíveis, organizado por Bianca Carvalho e Roberto Laaf, pela Editora APED, pelo selo Alcantis.
Em 2014, com outros novos autores publiquei o conto “As sombras de Alice”, na antologia Conto dos 7 – Os Sete Pecados Capitais, em e-book, pela Amazon.
Ainda este ano, 2019, está previsto a publicação do meu conto “A Marca”, numa antologia fantástica ainda sem nome, e o conto “God Gave Me You”, inspirado em uma das canções do cantor country Blake Shelton, ambos eles com organização da querida Susana Silva, em Portugal.

Sou formada em Administração de Empresas pelo Centro Universitário de Votuporanga – SP, Bacharel em Tecnologia em Gestão de Recursos Humanos pela Universidade de Uberaba – MG, Licenciatura em Letras/Espanhol pela Universidade de Uberaba – MG, e pós-graduada em Psicopedagogia, pela Faculdade Barão de Mauá em Ribeirão Preto – SP.
Amo estudar e sou aficionada pela leitura e pela escrita.



Beijos!

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