A escrita era algo há muito adormecido em mim. Na minha adolescência, fui editor-chefe do jornal estudantil e sempre me agradou muito a ideia de me expressar por meio da palavra escrita. Acredito que a escrita tem um poder transformador, pois ela permanece como registro de maneira mais perene que a fala. Não que a tradição oral não seja importante, mas a escrita persiste por mais tempo. Foi em 2018, incentivado pela minha esposa, leitora compulsiva, que retomei o hábito da escrita de ficção, depois de alguns anos escrevendo minha experiência como expatriado em um blog que já não existe mais.

No início da minha carreira como escritor de ficção, foram George Orwell e Franz Kafka. Conforme meu gosto literário foi caminhando da ficção política e da distopia para o suspense e o terror, nomes como Stieg Larsson e C. J. Tudor foram ganhando espaço. Mas foi ao conhecer o terror escrito em terras brasileiras que a minha escrita se consolidou como uma espécie de horror social, mesclando elementos das minhas primeiras influências com a força de nomes como Ana Paula Maia, Paula Febbe, Cesar Bravo, Vinícius Canabarro e Ellen Reys.

Procuro sempre ter duas histórias em andamento, um conto e um romance. Assim, quando me canso ou empaco em uma trama, salto para a outra. Manter um bloco de anotações para ideias e projetos futuros também ajuda bastante.

Me definir como autor e encontrar meu nicho foi e ainda é um grande desafio. É difícil explicar que horror social é um termo estranho para algo que outros chamam de gótico latino ou de ficção transgressiva, por exemplo. Há quem diga que existem diferenças entre esses três estilos e eu não teria como negar tal fato, e isso só reforça a dificuldade de encontrar pessoas que leiam o que eu escrevo, quando definir as minhas histórias ainda me parece algo complicado. O que sei é que não escrevo romances policiais, porque não há protagonismo de investigadores de polícia nas minhas histórias, e o meu terror tende a não se basear nos clássicos, muito embora às vezes eu flerte com tais estruturas. Tento fugir daquilo que se convencionou chamar de “tropos” ou “clichês”, o que dificulta ainda mais o meu desafio de me encontrar no mundo da literatura de entretenimento.

Tinha a felicidade de encontrar, nesses anos todos, leitoras e leitores que se mantém fiéis na minha jornada enquanto autor e que se atiram de cabeça nas minhas mudanças de estilo. Uma dessas leitoras é a Marta de Souza, ela me acompanha desde meu primeiro título publicado. Em homenagem a essa parceria que já dura seis anos, dei o nome dela a um personagem que aparece no final de “Onde pousam os urubus”. Aliás, outros personagens meus já foram batizados com nomes de leitoras, leitores, autoras e autores que me acompanham de perto.

Sempre estou escrevendo, emendando um trabalho no outro. Quando terminei “As grades que nos separam”, meu livro que está em campanha no Catarse, escrevia um par de contos e planejava meu romance para o próximo ano. Neste exato momento, estou escrevendo as páginas iniciais do livro que pretendo lançar daqui um ano e rascunhando o conto ou noveleta que lançarei no primeiro semestre de 2025. Gosto de escrever em silêncio, mas os trechos mais pesados pedem uma trilha sonora, que invariavelmente é feita de bandas como Deftones, Tool, A Perfect Circle, Rage Against The Machine e Corpse. Escrevo à noite e nos finais de semana.

Minhas obras são sempre carregadas de críticas sociais. Gosto de jogar as coisas como elas são, esparramar os problemas sobre a mesa e deixar quem me lê tirar suas conclusões acerca de tais mazelas. Não estou aqui para converter ninguém a nada, mas tampouco quero deixar de falar das coisas que me parecem injustas neste mundo.

Meu foco agora é na campanha de financiamento coletivo de “As grades que nos separam”, a primeira campanha do tipo para mim e para o Boteco Editorial. Esse é um enorme passo para a gente e temos uma enorme batalha a travar para tornar esse projeto em realidade. É uma campanha “tudo-ou-nada”: ou arrecadamos a meta, ou o livro não sai do papel, por isso a importância de se engajar leitoras e leitores e conseguir chegar ao fim de setembro com essa meta atingida. Em paralelo e até para manter a sanidade, porque uma campanha como essa é algo muito desgastante, iniciei a escrita do meu próximo livro e essa será a minha primeira história longa na categoria “terror”. Trata-se de uma trama envolvendo pactos e assassinatos em série e isso é tudo o que eu posso contar por enquanto.

Aos leitores do Lost Words, peço que deem um pulinho na página do projeto no Catarse e vejam as recompensas que planejamos com todo o carinho para quem quiser e puder nos apoiar nessa jornada. Muito obrigado pela oportunidade de falar com o seu público, Aline!

Sinopse: Os irmãos Rubens-Porto são artistas da pele: Felipe é tatuador, Jaime é dermatologista e cirurgião plástico. Vivem uma relação de amor e ódio com o pai, um renomado advogado cuja saúde se deteriora por conta do Alzheimer.

Jaime deposita na pesquisa liderada pelo seu marido, o infectologista Alberto Tröster, a esperança de cura à doença degenerativa do pai, a qual se baseia na reprogramação celular, estimulada pelo bacilo de Hansen.

Autora de romances policiais, Mariana, namorada de Felipe, presta auxílio a pessoas em situação de rua, na região da Cracolândia, em São Paulo. Numa de suas visitas, se depara com os primeiros casos notificados de hanseníase no local.

Um velho sítio, onde o passado foi enterrado. A busca pela cura do Alzheimer, o descaso com o surto de hanseníase e a crescente violência na região central da capital paulistana. Um velho casarão, abrigo de espíritos obsessores, e o mal encarnado num grupo higienista-eugenista.

O Toque da Pele Morta é uma trama que mescla ciência, religião e suspense, conflitos familiares, segredos, mentiras e mistérios, e que explora o que há de melhor e de pior na natureza humana. - Compre aqui!

Sinopse: Pessoas mudam, pessoas se mudam, a vida muda. Nada nunca será para sempre, nada nunca será como sempre foi, ainda que as coisas permaneçam, todas, nos seus devidos lugares.

Um jovem casal manauara e sua pequena filha deixam sua cidade-natal, em busca do novo velho continente e de respostas a certas perguntas. Seriam eles imigrantes ou, assim como os gansos-do-egito, espécies invasoras, sem saber se eram bem-vindos ou representavam uma ameaça? Quanto se pode mudar, ao mudar-se para um lugar distante?

Este é um conto de horror, carregado de melancolia e da sordidez de ser um humano em meio às aves. - Compre aqui!

Sinopse: A traição de seu pai, testemunhada por Júlia, uma menina de sete anos.

Um processo de divórcio litigioso, a briga pela guarda da filha, a violência à qual Tathiane é submetida.

Em meio ao caos, surge Fefê, uma amiga virtual. Mas quem seria ela? Imaginária ou real? Uma jogadora hábil, ou uma ameaça on-line?

Em Nudes, Mentiras & Ameaças, as maravilhas, os dilemas, as delícias e os perigos das interações on-line se misturam, transformando a vida de Tathiane num terrível pesadelo. - Compre aqui!

Sinopse: Andy Bunny era o Coelho Executivo Oficial — também conhecido por CEO — da Bunny & Co., a maior empresa mundial de ovos, colombas e outras guloseimas destinadas ao feriado de Páscoa. Depois de muito refletir sobre as diferenças entre a data festiva que justificava a existência de sua corporação e o tal do Espírito de Natal, Andy tomou uma decisão: pelo bem da Páscoa — e dos lucros da empresa que presidia —, tomaria de assalto o mercado de Natal. Não havia outra saída, senão derrubar a hegemonia das Organizações Nicolau, presididas pelo Papai Noel.

Andy Bunny é uma fábula natalina de terror. Um terror leve, que pode ser lido por quase todas as idades — exceto pela linguagem nada educada do nosso vilão protagonista com meigas feições de bichinho de pelúcia. - Compre aqui!

Sinopse: Porteira Paulista é uma pequena e aparentemente tranquila cidade do interior, comandada há décadas pela família Vieira de Souza e que esconde segredos sombrios e mistérios sem solução.

Verônica, esposa do atual prefeito, Álvaro Neto, desapareceu na noite em que ele foi declarado eleito. Anos antes, Bianca fugiu de casa, abandonando seu marido, o policial aposentado Marcelo Werner, e um casal de enteados: Rodrigo, colunista do jornal da cidade, e Laura, ativista em defesa dos direitos dos animais.

A quilômetros dali, ao norte de Minas Gerais, fica o Santuário de Grandes Primatas de Três Barreiras. Idealizada pelo biólogo alemão Ary Kründges, a entidade é gerida pela sua sobrinha neta, a misteriosa Daniela Kründges, cujo passado é repleto de mentiras.

Política, prostituição, violência doméstica e crime organizado se cruzam nas páginas deste livro, assim como as vidas de seus personagens, onde nada é confiável — nem mesmo a voz em terceira pessoa que narra a história. - Compre aqui!

Andre Braga é autor de terror social, ficção política e psicológica. Em 2023, foi finalista do Prêmio Kindle de Literatura, com a distopia “Onde Pousam os Urubus”.

Seus textos espelham, na ficção, temas que teimamos em evitar na vida real. Críticas sociais se fazem sempre presentes, seja num romance distópico, seja num breve conto de terror. Suas referências vêm de nomes como Ana Paula Maia, Paula Febbe, Ellen Reys, Vinícius Canabarro, Stieg Larsson, C. J. Tudor, Alan Moore, Franz Kafka e George Orwell.

É autor e cofundador do selo independente Boteco Editorial. Em parceria com sua filha mais velha, escreve e assina alguns contos de terror sob o pseudônimo de Lara Märchen.

Nascido em Americana, interior de São Paulo, o autor reside na Holanda, ao lado da esposa, duas filhas e um adorável cão.