ENTREVISTA COM AUTORES #139 | Autor Lucas Pires

by - terça-feira, novembro 14, 2023


1 - Quando você percebeu que queria ser escritor(a)?
Quando eu quis contar um segredo que eu havia descoberto sobre a vida para todo mundo, mas não consegui alcançar ninguém. 
Nesse momento eu entendi que mesmo que ninguém lesse, escrever seria a melhor coisa que eu poderia fazer. 
Eu gostava de imaginar meus netos descobrindo as cartas do avô deles, sabendo o que eu penso, como eu me sinto, descobrindo a história da minha vida através de mim e das minhas palavras.

2 - Quais foram os principais desafios que você enfrentou ao escrever sua biografia e como espera que ela inspire e ressoe com os leitores?
Eu não sabia se eu era um escritor, apenas queria escrever e isso foi um desafio, nunca me senti um escritor, quem dirá um escritor capacitado para escrever sobre si mesmo aos 20.
Ainda me sentia pouco experiente, muito embora tenha vivido muitas experiências. Me sentia incapaz, mesmo quando provei a mim mesmo, por diversas vezes a minha competência.  
Quero que roce como algo que surgiu do nada e se tornou extraordinário. A vida quis assim, que um dia eu me sentasse e escrevesse sobre a coisa mais bonita do mundo, minha história. O que é de fato um comparativo interessante, haja vista que ambos surgimos do nada, o livro e eu, e ambos nos tornamos interessantes. 

3 - Como foi para você entrar no mundo literário?
Eu descreveria como uma casa que eu descobri ser minha, numa rua desconhecida de uma cidade na qual eu não sei falar o idioma local. A sensação é de pertencimento se nunca ter pertencido, de não entender nada e ainda se assim achar tudo extraordinariamente belo. As palestras, os eventos, os lançamentos, o prestígio, o reconhecimento, tudo isso foi demasiadamente estranho e bom. Me sinto em casa aqui e acho que estou aprendendo a falar esse idioma. 

4 - A sua história é descrita como emocionante, com momentos de medo, conquista e sucesso. Como você conseguiu transmitir essas emoções aos leitores e como suas próprias emoções foram afetadas ao reviver e compartilhar esses momentos em sua obra?
Metafísica dos clichês foi uma história escrita em um momento de alívio pós tempestade, eu havia acabado de sair de casa e entrado na faculdade direito. Essa jornada não foi fácil, mas graças a Deus tinha acabado (ou acabado de começar), e a sensação foi a de que eu deveria contá-la. Minhas emoções estavam à flor da pele, tudo para mim era sensível demais, vivi quase que uma experiência transcendental ao ver que estava conseguindo, de fato, falar sobre mim sem me reconhecer, por um momento eu era o personagem, não eu, e essa experiência te faz se distanciar um pouco de si, e se olhar com compaixão. Mesmo distante.

5 - Poderia nos contar um pouco mais sobre a escolha desse título e como ele representa a essência de sua biografia e as lições que deseja transmitir ao público?
Metafísica dos clichês.  
Um clichê é algo batido, que o tempo já provou e aprovou repetidas vezes, algo fácil de ser previsto por ser óbvio demais até mesmo para o mais leigo. O clichê que eu trato no livro é “Siga seu coração e tudo dará certo”. Metafísica, por sua vez, é algo que está além do entendimento físico humano, existem alguns fenômenos que simplesmente não se explica, um grande exemplo disso é o próprio amor. 
Como seres humanos diferentes, com diferentes genes, idiomas e crenças, que por muitas vezes não falam sequer a mesma língua conseguem sentir o mesmo amor sem nunca terem se conhecido? A resposta (para mim) é que a fonte desse amor se encontra num plano metafísico, facilmente acessada por todos, regida por leis de um mundo espiritual que se aplicam com a mesma rigidez e inflexibilidade que as leis da física moderna.  
O Amor é como a gravidade, certo, invisível e capaz de mudar a órbita do mundo inteiro. Sendo assim, quis mostrar ao meu público que seguir o seu coração é a chave para a realização pessoal, porque vem de uma fonte una, da qual todos os que conseguiram beberam.

6 - Fale um pouco sobre sua forma de criação... Possui alguma mania na hora de escrever?
Tenho o péssimo hábito de escrever somente quando sinto muita dor.
Quando o incômodo é um pecado que precisa ser confessado.
Uso meu computador como um bom psicólogo, coloco tudo para fora aqui, sempre de manhã quando o sol não está tão forte, tenho sempre uma xícara de café do lado, o que é bom porque antes eu tinha sempre um litrão de antártica e um cigarro falso que nunca fumei, ah… como eu amo as metáforas do Bukowski. 

7 - Quais são seus projetos para um futuro próximo?
Ativando uma Geração. 
Um livro que dará continuação à metafísica dos clichês.
Um projeto que concorrerá ao Nobel da Paz pela educação e a Forbes under 30, porque se eu sou capaz de sonhar, sou capaz de realizar. 

Gostaria de deixar algum recado para os leitores do Lost Words, e para seus futuros leitores?
Sem querer parecer intrometido nem nada, mas vocês já beberam água hoje?
Brincadeira. 
Espero do fundo do meu coração, que encontrem o que mais procuram na vida. Não deixem de sonhar, demonstram carinho pelos autores favoritos de vocês e é claro, me sigam no instagram, @lucas.piires. 
Até mais pessoal.

Sobre sua obra:


Sinopse: Se você busca se inspirar na experiência de um rapaz que sonhou e não desistiu: este livro é para você.
Embarque no depoimento de um rapaz de origem humilde que queria ganhar seu espaço na faculdade, na cidade grande e no mundo, ainda que a condição financeira, o preconceito em relação à cor de sua pele e a escassez estrutural da escola pública tentassem impedir seu avanço.
São páginas sobre os sonhos e agonias do menino que cresceu, seu processo de amadurecimento e os dilemas que precisa enfrentar rumo à sua realização pessoal, entremeado pelos conselhos que dá aos que se encontram no mesmo lugar em que um dia esteve.
Metafísica dos Clichês é mais que um relato, é uma fonte de inspiração para aqueles que buscam por suas próprias asas.

“Ler Metafísica dos Clichês me fez lembrar da ‘Isinha’ que sonhava em ser influenciadora digital, que nunca teve muito, mas soube aproveitar o pouco e multiplicá-lo (...)” Isa Trevizolo

Sobre o autor:


Lucas Pires dos Santos, nasceu na periferia de uma pequena cidade do interior de Goiás chamada Campos Belos, filho de pai mecânico e mãe merendeira. Saiu de casa com 17 anos de idade, sozinho, rumo a Brasília para ingressar no curso de Direito no IDP em 2018. Hoje, Lucas trabalha no Ministério das Relações Exteriores, é sócio de uma empresa de investimentos financeiros, consolidou carreira como palestrante e continua estudando Direito e vivendo em Brasília.

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Beijos!

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