Na verdade, não tive bem uma inspiração e sim, um grande incentivo. Eu já tinha uma facilidade enorme para criar histórias desde a infância e, para completar, no início da vida escolar tínhamos uma matéria chamada Comunicação e Expressão que era, basicamente, a leitura, cópia e criação de pequenos textos. Daí para criar, primeiro na minha cabeça e depois passar para o papel, foi um pulo. 

Eu já escrevi poemas, romance, drama, suspense e, atualmente comédia. Alguém me disse uma vez que o drama lembrava Sidney Sheldon e, eu lia muito Jorge Amado mas, estranhamente, nenhum deles influenciou diretamente minha forma de escrever. Eu simplesmente sento e as palavras fluem em um estilo livre. Apenas agora, na área da comédia, é que passei a usar o estilo de Manoel Antônio de Almeida, em Memórias de Um Sargento de Milícias onde uso vários capítulos curtos, para facilitar a leitura. Gosto também de usar o final de um capítulo como gancho para o próximo e isso, talvez eu tenha sido influenciado por Agatha Christie. 

Isso é um problemão! Não costumo ter muitos mas, quando acontece, me afasto por um tempo da escrita e volto depois com a mente mais tranquila. Hoje em dia, como me inspiro muito no cotidiano à minha volta, praticamente não tenho esse problema mas, da última vez que tive, resolvi escrevendo sobre o próprio bloqueio. 

O maior desafio é o da publicação em si. Não pela parte técnica de editar, criar capa e tudo mais mas, pela dificuldade com editoras, com os problemas financeiros de ser independente, com o desinteresse das pessoas pelo consumo de escritores nacionais, com a falta de apoio das pessoas próximas e, principalmente, pela concorrência desleal das redes sociais e seus textos curtos. Escrevemos em uma época onde as pessoas querem assistir vídeos ou ler mensagens de duas linhas e essa acaba sendo o maior dos desafios. 

Tem uma história engraçada. Eu, além dos livros regulares, escrevo pequenos Causos que publico em edições mensais. Um destes relata uma pessoa saindo de casa pela manhã bem cedo e mostra o quanto ela está orgulhosa daquele heróico sacrifício matinal e do quanto o que ela estava indo fazer era nobre. Durante o texto a gente imagina que a protagonista tem realmente alguma profissão nobre e heróica e que está indo fazer algo bom. Uma leitora leu esse Causo em primeira mão, na minha frente e pude ver suas reações. Ela era Técnica de Enfermagem e leu o texto todo comentando o quanto estava se identificando com a jornada daquela personagem e do quanto aquilo era similar a sua rotina. Acontece que, no final, a personagem está apenas indo para a academia se exercitar. 

A leitora então parou alguns segundos, pensou um pouco e comentou:

- Eu pensei que ela era uma Técnica também e está apenas indo para a academia!

Depois me olhou e rindo, completou:

- O pior é que assim ficou ainda mais parecida comigo. 

Infelizmente, por não viver da escrita, não consigo estabelecer uma rotina diária para escrever. Tenho 259 crônicas que escrevi no horário de almoço do local onde trabalhava e, essa foi a única época em que eu tinha essa regularidade. Porém, consigo compensar com uma escrita rápida pois, tenho o privilégio de ter muita facilidade com a criação de histórias. 

Hoje, escrevo textos e livros de humor baseados no comportamento das pessoas portanto, o impacto que eu espero é de, além de fazer rir, mostrar o quanto nosso comportamento orgulhoso, agressivo e, às vezes mesquinho, pode soar ridículo, absurdo e risível. O humor em minha obra tem o objetivo de fazer as pessoas pensarem em como nossas atitudes podem e precisam ser mudadas, servindo assim, de espelho para refletirmos sobre nosso comportamento. 

Estou lançando neste momento a terceira parte de uma trilogia, na linha do humor, chamada "Leite Sumindo Meu Mingau Primeiro", que precede as outras duas partes: "O Misterioso Mistério do Desaparecimento do Gato Aparecido" e "A Honra de Patrícia Pula Cerca e A Dúvida de Gustavo Galha Alta". Em paralelo, continuo publicando livretos mensais contendo, em média, cinco pequenas histórias e, o próximo projeto é uma sequência de livros contando a História do Brasil, de forma bem humorada. O primeiro livro, que já está sendo escrito, se chamará " A História do Brasil Segundo Os Lorotas". 

Meu recado para os leitores é: leia!

Leia de tudo que te interessar sem preconceitos ou vergonhas. Você não precisa ser um erudito para ler os clássicos e nem será menos culto se ler uma novela ou um hot. O importante é ler, aprender, se informar, se divertir e se emocionar com aquilo que te faz bem. Leia sempre e leia muito! 

E leia meus livros também…

Sinopse: “Levantou-se e olhou ao redor. Sentiu os olhos mareados. Sempre se perguntara como seria a sensação de saber que se encontrava no ocaso da vida. Agora sabia. Caminhou lentamente pela ampla varanda. Olhou para o sempre bem cuidado jardim. Chovia torrencialmente e o velho sentiu frio. Lembrou da noite em que visitou pela primeira vez a pousada. Olhou novamente ao redor e constatou que, realmente estava sozinho. Voltou a sentar. Passou as mãos nos olhos. -É – pensou – Acho que vou chorar novamente. E enxugou uma lágrima marota que insistia em escapar de seus olhos. "Retalhos mostra como uma velha pensão no final de uma estrada deserta serve de pano de fundo para histórias de pessoas que, por um motivo ou por outro, acabam passando por ali. Mas, o que tem de especial na velha Pousada Encruzilhada que faz com que tantas histórias se passem nela? Ou essas histórias têm alguma ligação entre si? Acompanhe o drama sentimental de homens e mulheres que, realizados ou não, tem em comum a busca pelo amor e pela felicidade por mais inalcançáveis que eles pareçam estar. - Compre aqui!



Sinopse: Um apartamento assombrado; Um ascensorista misterioso; Misteriosos desaparecimentos de garrafas de leite; Uma investigação profissional; Um suspense de arrepiar os cabelos… Ou pelo menos seria, se isso tudo não se passasse no edifício onde todos os moradores são pirados! Acompanhe a última parte desta divertida trilogia onde você entenderá como tudo começou. Ou não. - Compre aqui!