ENTREVISTA COM AUTORES #65 | Autor Gabriel Valladão
1 - Como você percebeu que queria ser escritor?
Foi durante a produção do Colt45. Por toda a minha vida eu escrevi. Foram peças de teatro, roteiro de curta de terror (que quase saiu do papel), roteiros para jogos e até propagandas para a igreja. Cheguei a escrever uma peça para a igreja, mas na época, o pastor disse que não poderia ser feita porque iria escandalizar as senhorinhas. Mas eu sempre via isso como um hobbie inocente. Nunca tinha parado para analisar o quanto eu realmente gostava da coisa. Enquanto eu escrevia o "Colt", lá em 2017, ficava pensando "Nossa, eu gosto mesmo disso!". Pronto! Não parei mais.
2 - Tem algum personagem favorito? Em modo geral ou do seu livro? Se sim, por quê? O que ele significa para você?
Eu tenho um favorito sim, mas não posso falar dele. Sigilo autor/personagem. Mas posso falar do meu segundo personagem favorito, a cidade de Cedro Verde. Nossa, como eu amo Cedro Verde! Como diz a propaganda nada humilde, "O Melhor Lugar do Mundo". Se ela realmente existisse, eu não sei se iria visitá-la. Só tem gente doida! Mas eu adoro aquele lugar. Me sinto livre em Cedro Verde. Pra mim, Cedro Verde significa céu e inferno ao mesmo tempo.
3 - Como foi para você, entrar no mundo literário?
É muito difícil vender conhecimento nesse país. Se não tem uma bunda na capa, quase ninguém se interessa. Mas foi uma transição natural para mim. Foi uma passagem óbvia do que eu já vinha fazendo sem perceber. Mas esse mundo ainda é assustador, caótico e nada cômodo. Mas estou gostando.
4 - Você faz muitas pesquisas antes de escrever uma história?
Nossa... Mas muito a beça demais da conta para caramba! Existe um sistema japonês de implementação de projetos chamado Kaizen. Que, resumidamente, visa, entre outras coisas, a constante melhoria daquilo que você já possui, como também um planejamento enorme antes de qualquer execução. Como eu posso falar com propriedade sobre um assunto se eu não o conheço? Como posso te contar uma história crível, sem me basear em algum conhecimento específico? No meu caso, escrever me fez criar um outro hobbie, que é a psicopatologia, que em termos leigos, é o estudo sobre a mente dos psicopatas. E eu amo esse assunto. Consumo intelectualmente tudo que se pode imaginar sobre isso. Livros (ficção e não ficção), filmes, séries, documentários, entrevistas, artigos, relatos e por ai vai. Cultivando cada vez mais minha bagagem cultural.
5 - Existem muitas cobranças por parte de seus leitores?
Muita! Todos ficam indignados com o final do livro. E eu não expliquei muita coisa de propósito. Quero que cada leitor tenha sua própria experiência e tire suas próprias conclusões sobre as coisas bizarras que acontecem em Cedro Verde. O "Colt45" é uma mistura de ficção com realidade e quase não dá para saber a diferença. São histórias interligadas por escolhas que cada personagem faz, assim como a vida. Muitos me perguntam "Aquilo aconteceu mesmo?", "Eu acho que foi dessa maneira e não daquela.", "Para mim, esse capítulo significou isso, isso e aquilo." ou "Quando que sai o próximo?". Isso, pra mim, é maravilhoso e muito precioso. Me força a querer me superar cada vez mais.
6 - Fale um pouco sobre sua forma de criação... Possui alguma mania na hora de escrever?
Mania é praticamente meu nome do meio. Tenho várias. As mais ridículas eu não conto para ninguém. Mas depois de uma grande pesquisa sobre o assunto e com uma ótima bagagem cultural própria, eu sempre começo uma história pelo vilão e pelo final (Conclusão). Sem um bom vilão e sem um bom final é melhor nem começar. Nas minhas histórias, o vilão sempre é o principal. Depois eu passo para o início (Como começa?), então os outros personagens (Quem?), a motivação (Por que?), a ambientação (Onde?), as reviravoltas (Plots/Climax) e por último, as histórias secundárias. Que vão conectar e encher de carne todo esse esqueleto. Uma boa história é como um avião. Ele precisa levantar voo, se manter no ar e aterrizar perfeitamente para ser bom. E o meu objetivo não é ser bom, é ser cada vez melhor.
7 - Quais são seus projetos para um futuro próximo?
A dominação total do planeta Terra e a escravização da raça humana. Fora isso, pretendo lançar mais livros da série Colt45. Tenho arquivado outros projetos como roteiros de filmes, séries e programas de TV, outros livros, esquetes de comédia, aplicativos, enredo de jogos... Mas atualmente, estou me aventurando em um conto de suspense policial para crianças que, possivelmente, pode virar uma série.
Gostaria de deixar algum recado para os leitores do Lost Words, e para seus futuros leitores?
Comprem a porcaria do livro!
Sobre o livro:
Sinopse: Caro amigo, se eu puder lhe dar um conselho, passe longe dessa história.
Pois agora que Sara vai voltar a Cedro Verde, essa cidade estranha não será mais a mesma.
Mortes, sofrimento e angústias, para falar o mínimo.
Antes que você comece a nutrir um excêntrico e apocalíptico afeto por esses personagens, pense bem para não se arrepender depois.
Beijos!
2 comentários
Caramba ele é muito fascinante! Fico com medo de ficar perto dele que tanto estudou a mente kkkk ele deve ser fácil de descifrar as pessoas. Não li o livro, mas acredito que eu e minha melhor amiga vamos amar ler o livro! <3 Somos fã de livros desse gênero haha
ResponderExcluirJardim de Palavras
Oi, Melissa.
ResponderExcluirBondade sua.
Obrigado pelo carinho.
Vou adorar saber suas opiniões sobre o Colt.
Isso, se você sobreviver a ele.
♥️