1 - Como você percebeu que queria ser escritor(a)?
Comecei a escrever aos nove anos. Eu, nessa idade, não tinha noção exata do que eu fazia, mas sabia que gostava de colocar em palavras as histórias que criava em minha mente, e que queria fazer isso para sempre.

2 - Tem algum personagem favorito? Em modo geral ou do seu(s) livro(s)? Se sim, por quê? O que ele significa para você?
Sem dúvidas a Hermione, da saga Harry Potter. Pode até soar clichê, mas como nasci na década de 90, ela foi minha referência feminina na literatura fantástica mais consumida nessa geração. Inteligente, leal, arrogante, gentil e racional. São atributos visíveis nela. Acredito que muitas mulheres na minha idade se identifiquem com ela e tenham crescido tendo a Hermione como um exemplo a ser seguido. Tenho só minhas ressalvas acerca do romance dela. (risos).
Quanto às minhas personagens, não tenho no momento uma preferência única. No geral, os mentores (personagens que auxiliam o herói em sua jornada) costumam ser meus favoritos. No entanto, na trilogia "Guardiões do Império", eu tenho um carinho especial pela Pandora, uma androide que protege a personagem principal ao longo do livro. Narrar suas reflexões sobre a humanidade a partir de uma ótica não-humana é sempre instigante e desafiador. Ela me faz perceber o quanto nós, humanos, somos movidos a paixões desenfreadas, desejos efêmeros e complexidades psíquicas. Ao mesmo tempo, ela também traz uma ideia de que isso é essencial e é o que nos torna humanos.

3 - Como foi para você, entrar no mundo literário?
O mundo literário sob a ótica do leitor foi a partir da leitura de obras de fantasia como Harry Potter, Alice no País das Maravilhas, Crônicas de Nárnia... Livros que eram acessíveis à época, o que fez com que eu enveredasse pela literatura fantástica.
Quando ao mundo literário pela ótica de escritora, foi um processo de apropriação do universo de Harry Potter. Eu criava história dentro da história potteriana e nasceram as minhas fanfics. Apenas alguns anos depois comecei a desenvolver histórias próprias, criando um universo meu, embora, claro, com as referências de tudo que consumi e consumo ao longo da vida. Nenhum escritor está isento de inspirações em outras obras.
Quanto ao mundo literário pela ótica mercadológica, comecei a publicar por meio de um concurso. Ganhei o III Prêmio Fox-Empíreo de Literatura, o que fez com que eu conseguisse a publicação do "Guardiões do Império - O Selo do Sétimo". A partir de então, comecei a entrar em contato com editores, outros escritores, e outras publicações foram ocorrendo a nível de antologia e livros solos.

4 - Você faz muitas pesquisas antes de escrever uma história?
Antes eu até achava que sim, mas hoje em dia vejo que é sempre insuficiente. Algumas ideias novas surgem no meio do processo de escrita e aí você precisa parar para estudar melhor determinado contexto histórico, um objeto ou uma situação. E, por mais que você acredite estar satisfeito, sempre sai alguma coisa fora do lugar (risos). Daí a importância do leitor beta e do editor.

5 - Existem muitas cobranças por parte de seus leitores?
Atualmente sim (risos). Como o "Guardiões do Império - O Selo do Sétimo" é o primeiro de uma trilogia, algumas pessoas já estão me cobrando o segundo. E eu adoro quando fazem isso. Me incentivam muito.

6 - Fale um pouco sobre sua forma de criação... Possui alguma mania na hora de escrever?
A construção do enredo e das personagens eu costumo escrever em papel. As ideias surgem estruturadas na mente e partir disso coloco-as no papel. Não sou muito disciplinada, infelizmente. Gostaria muito de ser, mas a rotina por vezes me impede. Escrevo mais em computador hoje em dia. É célere e prático, embora acredite no potencial de um bom caderno e uma caneta. Às vezes, ser célere não quer dizer ser eficiente.
Sobre mania, acho que não tenho ou não percebo. Somente quando crio o mundo e a história que tenho o hábito de ouvir músicas dos mais variados estilos. Parecem filmes na minha cabeça.

7 - Quais são seus projetos para um futuro próximo?
Estou trabalhando no segundo volume do "Guardiões do Império". Mas tenho alguns outros projetos em mente, dentre eles um envolvendo quatro personagens vivendo uma aventura com referência ao fantasismo amazônico e belenense (cidade onde moro, Belém/PA), e um que abordará um pouco a imigração japonesa com elementos de um talvez realismo mágico ou ficção científica (vou entender melhor assim que terminar de estruturar). Quero muito poder dar voz aos descendentes de japoneses em minha literatura, o que faz parte de quem eu sou.

Gostaria de deixar algum recado para os leitores do Lost Words, e para seus futuros leitores?
Gostaria de agradecer ao blog pela oportunidade de ser lida e entrevistada. É sempre um momento de autoconhecimento e poder mostrar um pouco das minhas ideias e história me deixa muito honrada e feliz. Aos leitores, que vocês continuem acompanhando esse blog que possui resenhas incríveis (e sem spoilers, importante!), com uma abordagem única e holística das obras. Torço para que, também, possam conhecer minhas obras. Fiquem à vontade para me seguir nas redes sociais:
Instagram: @Giuliana Murakami
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Twitter: @GiulyMurakami



Giuliana Murakami, nasceu em Belém/PA, onde na infância descobriu que as palavras poderiam saltar da imaginação para um caderno. Desde então, escreve histórias com o mesmo hábito com que toma café. Sagrou-se vencedora do Prêmio Fox-Empíreo de Literatura 2017 com a obra “Guardiões do Império – O Selo do Sétimo” (Disponível na Livraria Fox e Amazon), tendo publicação pela Editora Feles do romance infanto-juvenil “A Aposta” (pseudônimo Giuly Passion), bem como o conto de fantasia urbana “Pedras Lascadas”, ambos disponíveis no site da editora.



Sinopse: Yuka Kamimura levava uma vida monótona em uma cidadezinha do Japão, cuidando de sua avó enferma enquanto lidava com problemas não tão casuais da adolescência. Certo dia, porém, quando encurralada perigosamente por estranhos, foi salva por uma equipe de Guardiões Elementares de Magia Transcendental ligados ao enigmático país Império de Minerva.
Levada à força para terras misteriosas, Yuka descobre que seu destino não está relacionado somente a cuidados domésticos e sonhos sem futuro: ela assume um papel importante para as relações políticas daquela nação, um lugar repleto de magia e com uma nova forma de organização social, a qual está permeada de segredos e perigosas intenções por parte de agentes internos e externos. Com seus féis seguidores, deverá confrontar os monstros da responsabilidade, da decepção e da infidelidade diante de batalhas que envolverão não somente sua pouca experiência em lutas como também sua capacidade de discernir, em meio a uma teia inesgotável de interesses, a melhor decisão a ser tomada durante todos os seus grandes e inesperados desafios, para além do amor, da dor e da morte.