ENTREVISTA COM AUTORES #117 | Autor Matheus Peleteiro

by - sexta-feira, julho 16, 2021


1 - Como você percebeu que queria ser escritor(a)?
Acho que nunca percebi uma vontade de querer ser. De repente, eu era, rs. Comecei a escrever querendo trazer a linguagem moderna e realista que conheci através da literatura americana à Bahia, e de repente publiquei um livro, ao ser aceito por uma editora. Mais tarde percebi que ela já estava por aqui, mas isso foi suficiente pra me tornar escritor.

2 - Tem algum personagem favorito? Em modo geral ou do seu(s) livro(s)? Se sim, por quê? O que ele significa para você?
Lord Henry, de O retrato de Dorian Gray me incomodou muito, me fez confrontar a mim mesmo diversas vezes, e costumo tê-lo como personagem favorito. Wolf Larsen, de O lobo do mar, de Jack London e Gustavo Flávio, de Rubem Fonseca também me encantaram. Significam verdadeiras descobertas pra mim. Influências no modo de pensar. Dos meus livros, eu poderia citar Gael, um personagem que criei para exaltar o quão gostoso é estar vivo, mas o livro em que ele existe permanece inédito.

3 - Como foi para você entrar no mundo literário?
Entrei de forma precoce, acreditando ingenuamente que todos caminhavam de mãos dadas, e vi um cenário bem “cada um por si”. Permaneço tentando exaltar o que admiro e creio merecer, mas tenho os pés mais no chão agora.

4 - Você faz muitas pesquisas antes de escrever uma história?
De treze livros que escrevi, somente dois exigiram pesquisa para o desenvolvimento da história. O ditador honesto, já publicado, e uma reunião de contos de histórias acontecidas em Salvador, ainda inédito. Portanto, não costumo fazer muitas pesquisas. A ficção vem mais das minhas vivências, observação, sensibilidade.

5 - Existem muitas cobranças por parte de seus leitores?
Não. Eles só me cobram novos lançamentos, rs. Às vezes acontece de pedirem uma continuação, mas acho que meu público respeita muito minha produção, assim como sabe que respeito as minhas próprias verdades.

6 - Fale um pouco sobre sua forma de criação... Possui alguma mania na hora de escrever?
Eu começo pelo final. Sei onde quero chegar, escrevo um esboço do final, talvez do meio também, e vou desenvolvendo a história para que ela chegue ao objetivo pretendido. Fico obsessivo durante o processo, pensando na história o tempo todo e no que posso acrescentar a ela.

7 - Quais são seus projetos para um futuro próximo?
Publicar os diversos inéditos, lançar um podcast entrevistando autores, organizar mais antologias, encontrar uma editora com boa distribuição para lançar uma obra de grande potencial comercial.

Gostaria de deixar algum recado para os leitores do Lost Words, e para seus futuros leitores?
Gostaria de repetir a definição de Faulkner para a literatura. Penso que é sempre bom lembrar: “a literatura é como um fósforo aceso na escuridão. Não ilumina quase nada, mas ajuda vê a escuridão que existe ao redor”.

Sobre o autor:


Nascido em Salvador – BA em 1995, escritor, bacharel em direito e tradutor, Matheus Peleteiro publicou em 2015 o seu primeiro romance, Mundo Cão, pela editora Novo Século. Após, lançou a novela intitulada "Notas de um Megalomaníaco Minimalista" (editora Giostri, 2016); o livro de poemas "Tudo Que Arde Em Minha Garganta Sem Voz" (editora Penalux, 2016); a coletânea de contos "Pro Inferno com Isso" (Edição do Autor, 2017); a distopia satírica "O Ditador Honesto" (Edição do Autor, 2018), e, em 2019, a coletânea poética intitulada "Nossos Corações Brincam de Telefone sem Fio". Além disso, em 2018, assinou, ao lado do tradutor Edivaldo Ferreira, a tradução do livro "A Alma Dança em Seu Berço" (Editora Penalux), do premiado autor dinamarquês, Niels Hav.

Conheça suas obras AQUI | Instagram do autor

Beijos!

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