ENTREVISTA COM AUTORES #174 | Autora Mayara Godoy

by - sexta-feira, maio 10, 2024


1 - Qual foi sua inspiração para começar a escrever?
Eu fui alfabetizada pelo meu pai, aos quatro anos de idade. Desde então, ele sempre me presenteou com livros, gibis, etc. Então, desde a infância, eu desenvolvi o gosto pela leitura. E, consequentemente, pela escrita. Desde que comecei a rabiscar minhas primeiras palavras, eu já escrevia bilhetinhos, histórias, poemas, de tudo um pouco. Comecei aos quatro anos e nunca parei. Então, para mim, a escrita sempre esteve presente.

 2 - Quais autores ou obras influenciaram seu estilo de escrita?
Eu sou uma pessoa muito eclética. Gosto de consumir conteúdo variado, desde ficção até livros técnicos, passando por poesia, biografias, etc. Pela minha formação (jornalismo), eu leio muitas notícias e atualidades. Mas, meu estilo preferido são as crônicas. Acho que minha maior influência é o Luís Fernando Veríssimo.
Leio também muitos livros escritos por mulheres, pois acho importante desenvolver esse olhar literário a partir de pontos de vista femininos, que sempre agregam algo diferenciado. De todas as autoras mulheres, uma que destaco é a escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie. Todo mundo (homens e mulheres) deveria ler.

3 - Como você lida com o bloqueio criativo?
Bloqueio criativo faz parte da vida de todo mundo que se dispõe a produzir conteúdo, seja no formato que for. Mas, acredito que escrita é, também, prática, não só criatividade. Então, em primeiro lugar, eu leio muito e consumo muito conteúdo, da maior variedade possível, pois é a partir da leitura que nosso repertório criativo se desenvolve. Mas, tem dias em que não tem jeito, bate o bloqueio mesmo e, por mais que a cabeça esteja a mil, o texto simplesmente não sai. Nessas horas, o jeito é parar um pouco, pegar um café, ir fazer outra coisa e esperar a cabeça se reorganizar. Geralmente, logo que a gente sai da frente do computador, as ideias voltam. Então, é preciso valorizar também o ócio criativo. E, sempre que tenho uma boa ideia mas não posso escrever no momento, eu anoto ou gravo um áudio para mim mesma, para me lembrar depois. Isso ajuda a não perder as melhores ideias.

4 - Quais desafios você enfrentou durante sua jornada como escritor(a)?
Os desafios para quem se propõe a escrever são muitos. Além do bloqueio criativo em si, existe a questão da falta de apoio. Muita gente não valoriza os conteúdos autorais, principalmente em formato de texto. Estamos vivendo um momento em sociedade em que as pessoas querem consumir conteúdos rápidos e fáceis, como os vídeos de 30 segundos das redes sociais. Então, considero a escrita uma forma de resistência.  

5 - Você já teve experiências significativas com seus leitores? Alguma história que gostaria de compartilhar?
Eu escrevo desde sempre, então, já aconteceu muitas vezes de os leitores dos meus blogs/sites comentarem que se identificaram ou foram tocados por algum texto. Isso, por si só, já é a realização máxima de um escritor. Tocar uma pessoa que seja já significa realizar o papel a que nos propusemos.

6 - Como é o seu processo de escrita? Você segue uma rotina específica?
Não sigo nenhuma rotina, embora seja o certo. Alguns autores defendem que a gente escreva um número mínimo de páginas por dia, mesmo que seja tudo porcaria, só pelo exercício em si. Então, se fosse para dar alguma dica a quem quer escrever, seria essa: apenas escreva, seja o que for. Escreva sem pudor, sem se autocensurar. Deixe para editar depois. Mas escreva.

7 - Qual é o impacto que você espera que suas obras tenham nos leitores?
A minha escrita, mesmo no âmbito profissional (pois eu também escrevo por hobby) é sempre muito pessoal. Escrever é um trabalho emocional, para mim. Eu coloco o coração em tudo o que escrevo, então, é bastante exaustivo. Mas, ao mesmo tempo, existe algo de único em expor sua alma e seus sentimentos e pensamentos através de um texto. Quando esse texto toca alguém, quando um leitor se identifica, ou quando alguma informação que você escreveu ajuda alguém, é de uma satisfação indescritível. Eu considero a escrita uma das formas mais poderosas de comunicação, e não é uma tarefa fácil transpor para a tela (ou papel) as ideias que muitas vezes ainda estão muito confusas dentro da gente mesmo. Por isso, quando obtemos êxito, a sensação é de missão cumprida. 

8 - Quais são seus planos para o futuro? Você está trabalhando em algum novo projeto?
Eu sempre tive o sonho de escrever um livro, mas, no momento, o projeto em que estou trabalhando não é um projeto literário. Embora envolva muita escrita, é um trabalho diferente. O sonho do livro está em standby.

- Sobre o meu ebook:
Conforme comentei acima, eu sempre tive o sonho de escrever um livro, e, por mais que eu escreva praticamente toda a minha vida (ou seja, mais de 30 anos), eu resistia muito em me considerar escritora. Então, num insight que tive esses dias atrás, eu pensei: "vou lançar um ebook. Pode ser algo simples, enxuto, mas, conseguir conclui-lo vai me dar a segurança de que eu preciso, de saber que eu consigo". Então, eu escrevi um ebook que, no começo, era para ser bastante técnico, mas acabou se tornando algo muito pessoal: "Escrita efetiva para a internet - Guia para comunicar com precisão e impacto".
A ideia, no início, era apenas dar dicas de redação para quem fosse escrever para as mídias sociais, mas, conforme eu escrevia, percebi que era impossível, para mim, falar sobre escrever sem abordar o processo de escrita em si, os bloqueios, enfim, as experiências e vivências que realmente fazem a diferença na hora de escrever. Porque, afinal de contas, escrever não é só técnica, é também emoção, conhecimento, repertório, criatividade e um monte de coisas mais.
No momento, o ebook está à venda pela Hotmart, pelo valor simbólico de R$ 20, e traz, além de dicas práticas, também reflexões sobre a atividade de escrever.

Gostaria de deixar algum recado para os leitores do Lost Words, e para seus futuros leitores?
Um recado que eu deixaria para os leitores seria: acreditem na arte, acreditem no poder das palavras, acreditem em vocês e no que vocês gostam de fazer, mesmo que não renda dinheiro. Façam coisas que alimentem a alma. Na pandemia, a escrita foi uma das coisas que me ajudou a me manter sã, pois o isolamento foi muito pesado, e escrever foi a minha forma de sobreviver e de proteger minha saúde mental. Então, esse seria meu conselho: leiam muito, encantem-se com as possibilidades da leitura e, se tiverem o sonho ou o desejo de escrever, escrevam. 

Sobre sua(s) obra(s):

O ebook Escrita Efetiva na Internet conduz os leitores pelo universo da escrita de forma inspiradora e reflexiva.

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Sobre o(a) autor(a):


Meu nome é Mayara Godoy e costumo dizer que sou “jornalista por formação, e escritora por vocação”.

A escrita sempre esteve presente na minha vida, desde os primeiros garranchos ainda no prezinho. Cartinhas, bilhetes, histórias, poemas… bastava ter um lápis e um papel, que eu saía escrevendo.

Sou formada em jornalismo, profissão que exerço desde 2008. Mas, muito antes disso, desde os remotos tempos da conexão discada, quando ganhei meu primeiro computador, já me aventurava em blogs por aí. (In)felizmente, a maioria deles não está mais entre nós.

Por isso, escrever não é apenas minha profissão, mas também meu hobby e minha paixão.

Com os avanços tecnológicos, passei a adentrar o mundo das mídias digitais em outros formatos. Desde o Orkut para cá, nunca mais parei de usar e trabalhar com mídias sociais.

Nesta caminhada, acumulo uma série de experiências (nem todas bem-sucedidas, é verdade) internet afora. Mas me considero uma eterna estudante, então sigo aprendendo, estudando, arriscando e me reinventando.

Beijos!

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