ENTREVISTA COM AUTORES #226 | Autora Erika Lyrio
Eu sempre gostei de escrever, vivia rabiscando, mas nada profissionalmente. Sempre me mantive como leitora. Certa vez, em um trabalho de escola, precisei fazer uma releitura de um conto de fadas. Foi assim que nasceu Katrine, a Cinderela do Funk, que foi uma história construída com mais duas meninas. Até que em 2018, fui desafiada a escrever um conto para participar da antologia Amores de Outrora. Meu conto foi classificado e foi assim que eu contei a história de Bruno e Heitor. E, surpreendendo todas as pessoas, esse conto é um romance LBTQIAPN+ de época, que era o tema da antologia. E sim, nunca mais escrevi romance na vida e entrei na onda do terror e do suspense.
2 - Quais autores ou obras influenciaram seu estilo de escrita?
Atualmente, puxando a sardinha de dentro de casa, Ellen Reys. Fora de casa, Larissa Brasil e Iza Artagão. Como tenho lido mais obras nacionais, acho que não consigo apontar uma gringa, no momento. Fora isso, eu bebo muito de séries, filmes, e histórias de crimes reais.
3 - Como você lida com o bloqueio criativo?
Sou péssima nisso. Quando estou bloqueada, tento mudar para outra história. Se não flui, deixo lá parado e volto em alguns dias. Não é o certo, mas às vezes funciona. Parece que o personagem escolhe quando contar sua história.
4 - Quais desafios você enfrentou durante sua jornada como escritor(a)?
Eu diria que, como iniciante, ainda enfrento. Acho que, de longe, o meu maior desafio é acreditar que a história que conto é boa. Diversas vezes escrevi mais da metade de uma história, apaguei e recomecei do zero pelo simples fato de achar que não era o suficiente ou não era o que deveria ser escrito. É algo que eu preciso trabalhar. Mas, fora isso, acho que o mercado está melhorando em relação a mulheres que escrevem livros de crime, mas ainda é uma grande dificuldade ser notada.
5 - Você já teve experiências significativas com seus leitores? Alguma história que gostaria de compartilhar?
Eu acho o máximo qualquer pessoa que pára um instante da sua vida para ler qualquer coisa que eu escrevo. Sério, fico muito feliz e muito grata. E foi assim que eu conheci duas leitoras. A May, do perfil @oquedizersobre e a Gabi, do @blogpaginasamarelas. A May é muito talentosa e eu tive o prazer de encontrá-la na Bienal. É uma querida e escreve muito bem também. Ela foi minha parceira quando lancei Andalyn e ganhou um espaço no meu coração. Assim como a Gabi. Não tive a oportunidade de vê-la pessoalmente. Mas ela sempre foi uma grande querida comigo e ajudou a betar Transplantados quando eu, em meio a um surto, decidi que tinha que terminar de escrever.
6 - Como é o seu processo de escrita? Você segue uma rotina específica?
Sou a vergonha da profissão, mas confesso. As ideias chegam, eu anoto e escrevo quando dá. Não tenho uma rotina porque sou muito pouco organizada em relação a isso. Sou o que chamar de escritor jardineiro, vou regando a história até que floresça. Muitas vezes eu só sei como começa. Mas, geralmente, tenho ao menos o início e o fim.
7 - Qual é o impacto que você espera que suas obras tenham nos leitores?
Eu quero trazer uma leitura que prenda e, que ao mesmo tempo, agrade. Sei que é um gênero que traz apreensão, mas gosto de saber que cumpri meu papel de fazer com que as pessoas tenham conseguido se distrair com algo que realmente se interessaram.
8 - Quais são seus planos para o futuro? Você está trabalhando em algum novo projeto?
Eu faço parte do Boteco Editorial. Deixamos de ser um selo e somos oficialmente uma editora para publicação de autores nacionais. Então, neste momento, com o time do Boteco, estamos organizando a casa, alinhando nossos interesses e deixando tudo do nosso jeitinho. Espero que, em breve, o Boteco possa chegar a mais leitores. Agora, pessoalmente falando, estou trabalhando na organização do relançamento de Andalyn, que foi meu primeiro livro, e também terminando de escrever uma nova história que deve ser lançada ainda esse ano.
Gostaria de deixar algum recado para os leitores do Lost Words, e para seus futuros leitores?
Antes de qualquer coisa, eu gostaria de agradecer pelo espaço aberto para compartilhar um pouco do meu trabalho. Além disso, só peço que não parem de ler, nem que seja bula de remédio. É importante manter o hábito e incentivar que outras pessoas o façam. E não estamos falando aqui sobre ler 300 ou 3 livros ao ano, mas sim, apenas sobre ler. Desejo a vocês muitas histórias boas pelo caminho.
Sobre sua(s) obra(s):
Sinopse: Copacabana, Rio de Janeiro, 2022. Famosa por seu calçadão que reflete as ondas do mar e pelo majestoso e icônico Copacabana Palace, palco dos maiores eventos do high society fluminense. Ninguém poderia imaginar que o bairro mais famoso da Zona Sul carioca seria palco para crimes tão perversos.
Um psicopata está à solta e suas vítimas são sequestradas e transplantadas de uma maneira nunca vista antes, transformadas em cobaias de um experimento que deixa suas vidas e seus corpos extremamente vulneráveis.
Alessandra Lobo, investigadora da Polícia Civil, é a primeira a tomar conhecimento do que vem acontecendo. Ao lado de seu colega de trabalho, o escrivão Leandro Braga, começa uma corrida contra o tempo para descobrir o responsável por todos esses ataques, que resultam em pessoas sendo abandonadas à porta do Hospital São Roque. - Compre aqui!
Sobre o(a) autor(a):
Carioca, dos anos 80, acadêmica de Direito e Diretora de Originais no Boteco Editorial. Autora de suspenses, tecendo histórias que prendem o fôlego e viram a última página por você. Praia, café, chocolate, livros, netflix e assassina de personagens. Vocês podem encontrar facilmente em qualquer sebo ou livraria espalhados por aí.
Beijos!
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