ENTREVISTA COM AUTORES #235 | Autora Monissa Mattos

by - sexta-feira, novembro 22, 2024


1 - Qual foi sua inspiração para começar a escrever?
Como sou professora de Língua Portuguesa, sempre tive o gosto pela leitura. Também tenho contato com muitos livros de literatura infanto-juvenil, pois trabalho com literatura na escola. Então já me sinto inspirada por todo envolvimento que tenho com livros. Contudo, especificamente para o livro que publiquei, tive inspiração na história da minha filha, ao acompanhar o desenvolvimento de sua linguagem ao longo de sua primeira infância.

2 - Quais autores ou obras influenciaram seu estilo de escrita?
Fazendo o exercício de analisar quem pode ter influenciado meu estilo criativo, me vem à mente Lewis Carroll, pois a fantasia que esse autor traz no seu livro “Alice no país das maravilhas” é algo que sempre está presente nas histórias que crio. Busco transmitir nas minhas narrativas um mundo imaginativo e esse universo também encontro em autores contemporâneos do estado em que vivo, como Gilberto Fonseca, Mario Pool e Cláudia Sepé.

3 - Como você lida com o bloqueio criativo?
Quando enfrento bloqueio criativo, eu me afasto da escrita por um tempo. Dou espaço para minha mente descansar e, geralmente, é durante atividades cotidianas, quando menos espero, que a criatividade volta, especialmente na hora de dormir, quando estou realmente relaxada. Esses momentos de pausa acabam trazendo novas ideias de maneira natural.

4 - Quais desafios você enfrentou durante sua jornada como escritor(a)?
Um dos principais desafios que enfrentei na minha jornada como escritora foi o alto custo de publicar de forma independente. A publicação exige um investimento considerável, não apenas financeiro, mas também em tempo e dedicação para produzir algo de qualidade e alcançar um público. Além disso, outro obstáculo significativo é a pouca valorização que a literatura tem atualmente. Com o avanço das tecnologias e o fácil acesso às telas, muitas pessoas optam por consumir conteúdos digitais e rápidos, em detrimento da leitura de livros. Isso torna a missão de cativar novos leitores ainda mais desafiadora, mas não menos importante.

5 - Você já teve experiências significativas com seus leitores? Alguma história que gostaria de compartilhar?
Quando se trata de ter como público as crianças, todo encontro traz experiências significativas, pois elas são naturalmente muito curiosas e se identificam com os personagens. Certa vez, em um dos meus encontros para contação da minha história, uma menina veio até mim e me confidenciou que também fala "tetenês," assim como a personagem principal do meu livro. Esse momento me trouxe uma grande satisfação, porque percebi que consegui tocar um leitor de maneira especial e, quem sabe, pude contribuir para a tão sonhada representatividade.

6 - Como é o seu processo de escrita? Você segue uma rotina específica?
Eu consegui escrever algumas histórias infantis durante a pandemia, quando ficava mais em casa. Um deles já publiquei, que é o “A menina que falava tetenês” e tenho outro em processo para publicação. Atualmente, estou escrevendo um livro infantojuvenil. Tentei estabelecer uma rotina para escrever um capítulo toda semana, sempre à tarde em um dia específico. Acredito que essa disciplina é fundamental, mas, confesso que, com as demandas da profissão de professora e as responsabilidades de ser mãe, manter essa rotina muitas vezes se torna um desafio.

7 - Qual é o impacto que você espera que suas obras tenham nos leitores?
Espero que minhas obras proporcionem, em primeiro lugar, o verdadeiro prazer literário aos leitores, que sejam apreciadas como uma forma de lazer. Além disso, gostaria que minhas histórias inspirassem empatia e estimulassem a reflexão sobre igualdade e aceitação.

8 - Quais são seus planos para o futuro? Você está trabalhando em algum novo projeto?
Para o futuro, estou empenhada na continuidade do meu trabalho com a literatura  infantojuvenil. Tenho em vista a publicação de um livro que estou escrevendo como continuidade da história da “menina que falava tetenês” e tenho uma obra infantil em processo de publicação, que tem como protagonista um menino de 5 anos muito astuto. Meu desejo é criar histórias que façam os leitores refletirem e se divertirem.

Gostaria de deixar algum recado para os leitores do Lost Words, e para seus futuros leitores?
Para os leitores do Lost Words e para os que ainda virão, gostaria de ressaltar o quanto a leitura é uma janela para a imaginação, que nos transporta para qualquer universo. Espero que minhas obras proporcionem momentos de prazer e que cada um possa se sentir representado nas histórias que conto. A literatura tem o poder de nos conectar e nos fazer crescer, e estou ansiosa para compartilhar essa jornada com vocês!

Sobre sua(s) obra(s):


Sinopse: Aventura, descoberta e magia, isso é o que  encontramos em A menina que falava Tetenês. Para  uma criança, falar de forma diferente não é empecilho  para viver várias histórias e se desenvolver, e é isso  que Monissa Mattos trata neste livro. A partir de  uma linguagem cativante e mágica, a autora cria  uma divertida história que auxilia na compreensão do desenvolvimento da linguagem infantil tanto para  crianças quanto para adultos. Tudo acontece por meio  de aventuras possibilitadas pela criatividade e pelos  sonhos de criança. 

Sobre o(a) autor(a):


Gaúcha de São Leopoldo. Professora de Língua Portuguesa, de Espanhol e de Literatura desde 2006;  tem no estudo da linguagem um de seus maiores  amores! Se aventurou no mundo da escrita depois de  ter filhos e sobrinhos, pois encontrou, em cada um,  inspiração para muitas histórias.

Beijos!

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