Kronikles não começa explicando... começa desorientando.

Esses três contos funcionam como fragmentos iniciais de um universo maior, onde memória, identidade e silêncio são peças centrais. São textos curtos, mas densos, que apostam mais na sensação do que na resposta imediata.

Em O Paciente X, fui lançada em uma experiência fragmentada e angustiante, acompanhando flashes de violência, vozes e lembranças desconexas que constroem um mistério sobre quem é esse personagem, e o que foi feito com ele. Já em Salvatore (Partes I e II), a narrativa desacelera, mas o incômodo permanece: uma cidade litorânea aparentemente perfeita, onde a fé, a beleza e a gentileza escondem algo que ninguém parece disposto a nomear.

O maior acerto está na construção gradual desse universo. Cada conto entrega pistas sutis, personagens que parecem carregar mais do que dizem e a sensação constante de que há algo sendo cuidadosamente mantido fora de vista. Nada aqui existe por acaso, e nada está completo ainda.

Uma leitura ideal para quem aprecia suspense psicológico, mistério e histórias que confiam no leitor para juntar os fragmentos.

São contos curtos, então preferi não explicar demais para não tirar a experiência da leitura.

Você leria uma história que prefere te fazer sentir antes de explicar?

Beijos!