ENTREVISTA COM AUTORES #124 | Autor Rodrigo Müller
1 - Como você percebeu que queria ser escritor(a)?
Eu acho que nunca quis ser um escritor, no começo eu queria ser desenhista de HQs, mas eu não tinha talento para desenhar, eu só tinha toda a dedicação necessária, falo sério: Eu comprava aqueles maços de 500 folhas de sulfite e fazia livrinhos com elas, dessa forma, eu erguia verdadeiras pilhas de conteúdo. Teve um certo dia, uma tarde, mais precisamente, que um grande amigo me deu um conselho que mudou a minha vida, por sinal, fora esse amigo quem me incentivou a desenhar, e ele estava avaliando o meu trabalho quando notou que haviam mais textos do que desenho nos quadrinhos, daí ele me disse o seguinte: “Cara, você não sabe desenhar, mas tem um talento para escrever, então pare de desenhar e escreva, porque aquilo que você não consegue desenhar, você vai conseguir descrever!” Foi aí que tudo mudou, e foi aí que eu decidi ser um escritor. Mas, é claro que existe um conjunto bem complexo de situações que me levaram a escrita, além de influências externas e de pessoas próximas, e também não foi do dia pra noite, levou anos para eu descobrir que a escrita era o meu caminho, e levou muitos outros anos para que eu pudesse me aperfeiçoar, e ainda tenho muito que aprender.
2 - Tem algum personagem favorito? Em modo geral ou do seu(s) livro(s)? Se sim, por quê? O que ele significa para você?
Eu escrevo várias histórias, atualmente, só o Poeta Guerreiro foi publicado, e em cada personagem/protagonista que eu crio, eu coloco nele um pouco de mim e dos meus sentimentos, porém, se for para escolher apenas um, então eu ficaria com o Lainzvel do Poeta Guerreiro, ele é o meu herói, na verdade, ele é uma versão de mim mesmo que deu certo, como se fosse o auge do que eu deveria me tornar como pessoa. O Lainzvel é incrível, ele é um verdadeiro herói, porque derrota todo o pessimismo que o cerco, ele suporta toda a dor e sofrimento e consegue ficar de pé, mesmo depois de ter sido duramente derrotado, e isso me cativa, é o fato dele conseguir se equilibrar de pé e dizer aos inimigos que aquilo não deu nem pra aquecer, isso realmente meche comigo, porque eu não sou assim, e pensar que o Lainzvel é capaz de vencer, isso me motiva a querer vencer também.
3 - Como foi para você entrar no mundo literário?
O mundo literário é como um mar tempestuoso, você embarca no seu galeão cheio de motivação e esperança, você espera encontrar um novo mundo, um lugar onde você é acolhido e de cara ganha tudo que sempre quis, porém, quando você navega pelas águas do mercado literário, a experiencia é bem diferente, para falar a verdade: É aterrorizante! Pelo menos para mim, até agora, se mostrou um mundo silencioso, como se muitos estivessem me observando, mas são apenas olhares vazios, nada que possa me afetar diretamente. Bom, com paranoias e metáforas a parte, eu posso dizer que entrar nesse universo foi uma experiência maravilhosa.
4 - Você faz muitas pesquisas antes de escrever uma história?
Depende bastante da história que eu vou escrever e o contexto em que ela se passa, por exemplo: Uma história de ficção que se passa em um mundo medieval, isso vai me levar a escrever indo de acordo com o que eu sei do mundo medieval, porém, vai ter inúmeras vezes em que eu vou pesquisar bastante a respeito de alguma coisa especifica que me ajude no desenvolvimento da história. Além disso, antes de iniciar uma nova empreitada, eu procuro ler bastante histórias que cubram o tema que eu vou abordar, é uma ótima estratégia, além disso, eu vejo séries e filmes que são ambientadas no mesmo senário, eu me cerco disso, dessa forma, consigo absolver o máximo de inspiração.
5 - Existem muitas cobranças por parte de seus leitores?
Atualmente eu tenho um ou dois leitores betas, um em especial, Rodrigo Leal, ele me cobra por conteúdo, porque eu demoro demais para desenvolver uma história, eu sou muito detalhista e comprometido com o desenrolar da trama, e sempre fico atualizando e fazendo o que ele mais detesta (enchendo batata!). Tem um outro leitor das minhas histórias, William Kaled, ele reclama do fato de eu atualizar diversas vezes um mesmo arco da história, e eu, burro como sou, ao invés de enviar para ele um material pronto, fico mandando apenas roteiros e rascunhos, e quando o material pronto, finalmente, fica pronto, já está completamente diferente, e ele fica ainda mais P da vida, porque sabe que aquela atualização não vai durar, apesar disso, o Will é um dos meus melhores leitores beta, o mais antigo deles, com dez anos seguindo as minhas escritas, mas, em compensação, o Rudolf (Rodrigo Leal), é o meu melhor ouvinte, ele tem o dom de ficar horas me ouvindo falar das minhas histórias, e essa é uma qualidade que eu admiro muito. E já que eu tô escrevendo feito um louco, não vou deixar de sitar Wollacy Müller, ele também acompanha as minhas histórias e me cobra bastante para publicar o conteúdo que já está escrito, mas eu sou muito receoso e paranoico, foi com muito esforço e insistência da parte dele que eu publiquei o Poeta.
6 - Fale um pouco sobre sua forma de criação... Possui alguma mania na hora de escrever?
Quando eu vou escrever tudo tem que estar no lugar, é inadmissível eu me conectar com alguma coisa fora do padrão. Escrever para mim é como que se fosse um ritual, eu não estou apenas martelando o teclado e concluindo textos cheios de baboseiras, logo em seguida dando um título e publicando na Amazon, escrever para mim vai além de simplesmente escrever, parece que é um momento mágico em que eu consigo sintonizar a minha mente com uma frágil frequência, como se fosse um garoto procurando sinal com um rádio amador, dessa forma, a história é transmitida através de mim, e eu preciso aproveitar ao máximo essa conexão, e, é exatamente por isso que eu preciso ter uma música ambiente em um volume nem tão alto e nem tão baixo. Eu preciso de ar fresco e uma vista. Café e alguma coisa pra ir beliscando aos poucos, geralmente é biscoito.
7 - Quais são seus projetos para um futuro próximo?
Eu pretendo pulicar um livro por ano, eu quero libertar de uma vez todas as histórias que tenho escrito, esse objetivo é muito difícil, e tenho receio de não conseguir, mas isso não quer dizer que eu não vá tentar. Tudo vai depender das vendas do Poeta Guerreiro e do futuro. O meu plano a longo prazo é publicar uma série completa de livros físicos e manter uma série de contos na Amazon, publicados na forma de E-Book gratuitos.
Sobre sua obra:
Sinopse: "O amor e o ódio estão em guerra, uma longa e terrível guerra. Ergam-se, todos os apaixonados. Olhem para mim, todos que foram condenados a viver nas trevas e na solidão. Eu sou a sua salvação! Ergam-se, agora, Guerreiros do amor. Ergam-se, já! Chegou a nossa hora. Esse é o nosso momento; vamos amar sem arrependimento. Se o Amor Alado for considerado pecado, então somos todos anjos pecadores. Oh, se Deus é amor, então nos permitirá amar também. Eu sou... sou o Anjo Apaixonado, e vos invoco as centenas e aos milhares para tomar Lancaster".
A sina do anjo guerreiro começa com seu fracasso, quando Lainzvél descobre que foi amaldiçoado e condenado a viver nas trevas sem nunca encontrar o seu amor verdadeiro, sendo então conhecido como o Anjo Renegado, por ter abandonado os seus desígnios e desistido da sua missão, deixando os seus seguidores à própria sorte. Lainzvél se torna o anjo amaldiçoado, ele é odiado pelos seus seguidores, que procuram solucionar o enigma a respeito do verdadeiro objetivo dos Anjos da Terra, respostas que desde o início Lainzvél omitiu.
O Anjo Renegado vem a vós agora e conta a sua própria história através de textos um tanto poéticos, metafóricos e simbólicos, procurando através deste livro explicar o que sentiu e o que o levou a fazer tudo o que fez, sendo um profundo relato que pode ser agoniante e ao mesmo tempo reflexivo e brutal.
O anjo poeta escreveu este livro para todos os Anjos da Terra que vagueiam pelo mundo, para que todos saibam da verdade a respeito da sua missão, da sua maldita missão. Para que os seus seguidores possam compreendê-lo e no fim perdoá-lo. Para que no fim Lainzvél possa amar... e ser amado.
Sobre o autor:
Rodrigo Müller nasceu em 06 de abril de 1999, em Curitiba. Passou a maior parte da sua infância na região sul do país, onde durante sua infância e adolescência morou em diferentes cidades, isso serviu mais tarde como inspiração em várias das suas obras. Mora atualmente na região metropolitana de Curitiba e dedica seu tempo na vida acadêmica e trabalhos literários.
O autor sempre foi apaixonado por universos fantásticos, mitologias antigas e ficção científica. Rodrigo começou a escrever logo muito sedo por causa de influências culturais e pedido de amigos, evoluindo desde então a sua criatividade e elaborando universos fantásticos com grande empenho e esforço, coisa que só escritores nacionais são capazes de entender. Agora Rodrigo publica O Poeta Guerreiro pela Editora Flyve.
Beijos!
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