ENTREVISTA COM AUTORES #90 | Autor Saulo Mazagão

by - terça-feira, setembro 01, 2020

 

1- Como você percebeu que queria ser escritor(a)?
Bem eu percebi que queria ser escritor, na escola, por volta de 2006, e desde então venho acumulando poemas, alguns rabiscos, ideias, opiniões, algumas crônicas e alguns relatos autobiográficos,  eu tenho uma espécie de tara por registros, tipo as palavras podem ser ditas e interpretadas de varias formas, mas os livros, o registro, permanecem, sejam em papel ou hoje em e-book, está tudo ai, você quer saber um tema, basta pesquisar, poemas, contos, crônicas, historias, hqs, novelas, teatro, musica, tudo que envolve a arte e cultura, de uma certa forma me atrai.
Bem, e eu só percebi, que isso de alguma forma é algo natural pra mim, sempre gostei de escrever mensagens, cartas para as namoradas, escrever algumas historias da minha vida, e aquilo ia se acumulando, seja na gaveta ou no computador, e um dia, pensei, e amadureci essa ideia, preciso colocar e entregar isso pro mundo, e ver o que acontece. 

2 - Tem algum personagem favorito? Em modo geral ou do seu(s) livro(s)? Se sim, por quê? O que ele significa para você?
Bem como responder isso? Talvez meus personagens favoritos, sejam as pessoas que se dispõem a ler meus poemas, até então, é o nicho que eu exploro da literatura e as vezes arrisco uma crônica ou outra, com tracejo de relatos autobiográficos, nesse aspecto, o meu eu escritor, poeta, motociclista e aventureiro, por que são esses conjuntos de utensílios, que me causam reflexões e sentimentos, para que eu possa continuar escrevendo, a interação com as pessoas, com leitores e outros escritores, meus personagens favoritos, concluindo, somos nós, eu, você que me entrevista, o frentista do posto, o bêbado no balcão do bar, o argentino no sinal fazendo malabarismo, o andarilho uruguaio que me pediu uns trocados pra tomar café, as viagens que faço, um amigo jovem que tem algum sucesso por alguma atividade que ele exerça ou as pessoas, meus afetos e todos as entrelinhas que estão ali sentidas em carne viva. 

3 - Como foi para você, entrar no mundo literário?
Eu comecei a escrever na escola, fiz uma redação fantasiosa, sobre um garoto que foge de casa e vai morar por uns dias no parque da cidade, uma espécie de Robson Crusoé moderno, ganhei e chamei a atenção da minha professora, Dona Ângela, isso devia ter uns 11 anos, eu sempre tive alguma habilidade em criar as coisas, palavras histórias, eu leio razoavelmente bem, mas contrário um pouco a lógica de que para se escrever, tem que se ler muito, pois na época, eu tinha preguiça de ler, mas já gostava de escrever, depois no colégio, eu gostava das aulas de literatura, Augustos dos Anjos, Aluísio Azevedo e claro, meu preferido, Carlos Drummond Andrade, mineirinho como eu, eu gosto desse tom que tem o bucolismo mineiro, sou orgulhoso do meu estado, dos patrimônios imateriais, um sentimento de amor que não cabe em mim e transborda em palavras. 

4 - Você faz muitas pesquisas antes de escrever uma história?
Sim. Gosto de filosofia, história, mitologia e os elementos da bruxaria, e todas as questões voltadas ao feminino, eu escrevo de forma que a poesia possa adentrar a outra pessoa, e que ela possa projetar algo dela ali, já me disseram que escrevo de forma que quem lê, não saberia dizer que é um escritor ou escritora, o que eu acredito que seja muito bom, por que instigam a curiosidade das pessoas em relação ao que está escrito e seus afetos. 

5 - Existem muitas cobranças por parte de seus leitores?
Olha, não saberia responder isso ao certo. Eu transformei minha escrita em algo existencial e meu, talvez seja por isso, que de alguma forma, as vezes eu percebo resistência das pessoas em se disporem a ler e gostar, existem milhares de instagram’s que tem abordados textos sobre amor, e velhas receitas de “bolo” para a leitura, algo que só se via em autoajuda, mas assim, textos mais genéricos e levianos, um cara/ou moça, que se apaixona, e que no final não ficam juntos, ou ao contrario, o amor que fica junto e vence tudo, amor próprio entre outras coisas, digamos assim que isso pega as pessoas por um certo tipo de amostragem, sentimentos não são assim, são complexos, e os poemas ao meu ver, são como a predisposição, ou coragem para se abrir uma porta, e entrar em uma outra dimensão de peito aberto, quiças isso depende do leitor, estar disposto a quebrar o ciclo da repetição e se dispor a ler algo novo, então sendo assim, não existe qualquer cobrança, na verdade eu que cobro dos leitores mais assíduos para compartilhem as postagens, de alguma forma que cheguem a mais pessoas, assim, quem sabe com muita sorte, tenha um publico mais fiel para me cobrar… 

6 - Fale um pouco sobre sua forma de criação... Possui alguma mania na hora de escrever?
Café, sempre… se estou em casa, faço um café, seja coado ou expresso, ligo o PC, coloco alguma música pra rolar, um Pink Floyd, na maioria da vezes Echoes, as vezes um belchior, ou um tango Uruguayo, às vezes um jazz de cafeteria, eu gostou muito, as vezes elejo escrever no silencio da noite e da madrugada, abro a janela e sinto aquela brisa gelada, olho o céu negro e as estrelas. 
As vezes quando saio de moto, pra tomar café, e tenho alguma ideia, eu anoto no celular… eu tenho esse habito de fazer a escrita acontecer em lugares inesperados, já escrevi em bar, cafeteria, guardanapo em voo de avião, mas tudo de forma muito natural… 

7 - Quais são seus projetos para um futuro próximo?
Bem, meu projeto de futuro presente, a uns 15 dias relancei meu livro Poemas sobre o Amor ou Não, no formato E-book, pela Amazon, mas isso aconteceu da seguinte forma, eu já queria lançar um e-book, eu tenho escrito bem durante a pandemia, muitas ideias e muitos processos  criativos, apesar que o momento é de caos no mundo, mas eu mantenho minha introspecção de uma forma mais ativa, pois bem, minha ideia, é essa, publicar o e-book, porém, pensei, por que não relanço o livro que já tenho pronto… então, fiz acontecer, como todo escritor independente… agora o outro e-book, ainda sem nome, esta próximo diria que uns 70% do processo, e espero lançar em breve, também pela Amazon.  

Gostaria de deixar algum recado para os leitores do Lost Words, e para seus futuros leitores?
Bem, ainda que quem passe por aqui e leia, e talvez, não curta poesias, leiam escritores independentes, busquem referências novas, busquem de alguma forma quebrar as correntes do pensamento, valorizem os artistas, meus melhores amigos são artesãos ou escritores, ou estão ligado a musica ou arte, e a arte nos salva enquanto sujeitos da falta, entusiastas das poesias, podem acompanhar meu dia a dia em @saulomazagao e meus  escritos @mente.e.letras

Aline, muito obrigado pelo convite da entrevista, pelo espaço e espero participar sempre que puder.
Um grande abraço a todos que passaram por aqui, poesia é vida.

Sobre sua obra:


Sinopse: O que é o amor? E onde está nos poemas atuais? Onde está nossos sentimentos em tempos de cólera? Por onde podemos construir um novo amor, e claro, o próprio frente as exigências que um mundo que parece não se importar nos colocando uns contra os outros e nos cegam para nossos sentimentos, sejam eles de amor ou não.

Sobre o autor:


Psicólogo, membro correspondente da Academia Inclusiva de Autores Brasilienses – AIAB. Apaixonado pela escrita, um romance com a poesia, fica explícito no livro “Poemas sobre o Amor (ou Não)”. Busca inspiração na natureza e no minimalismo, tem apreço pelo simples e funcional (Antologia das Flores – Flo-res de cacto 2019) onde a escrita é permeada por traços de caráter autobiográfico (Antologia das Flores – Flores de Girassóis 2019) relatando situações ou sentimentos experimentados, sejam elas em viagens de moto ou avião, visitando cidades, outros países ou no curto espaço de tempo das batidas da máquina de escrever, ser vivente e livre: um escritor. 


Beijos!

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1 comentários

  1. Oi, Aline como vai? Que entrevista enriquecedora, muito bom poder ler as entrevistas do seu blog. Adorei. Abraço!


    https://lucianootacianopensamentosolto.blogspot.com/

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