ENTREVISTA COM AUTORES #140 | Autor Fauno Mendonça

by - terça-feira, dezembro 19, 2023


1 - D. & o Procurador é uma obra que mergulha nas profundezas da mente do Conde Drácula, explorando sua busca por redenção. Como surgiu a ideia de abordar esse personagem icônico de Bram Stoker de uma maneira tão única e dramática?
Surgiu ao ler a referida obra, assim, adquiri maior consciência sobre esse personagem. E enquanto questionava aspectos desse livro, notava claramente que, apesar de o Drácula permanecer nos tormentos da morte, mantinha-se ao lado de Deus, dos homens e da vida. Esse personagem demonstra muito vigor e múltiplas faces de forma magnífica, por isso essa obra rendeu tantos livros, peças de teatros, filmes etc.
Drácula é um herói às avessas, porquanto seus valores são verdadeiros, sobretudo, plausíveis e justos, por isso o mito sobrevive no imaginário das pessoas. O Conde dos Cárpatos não aceitava submissão, lutou bravamente por seu país contra o Império Otomano quando ainda pertencia ao mundo dos mortais; defendeu a cruz do Cristianismo, porém, em seu entendimento, Deus lhe abandonou em um momento muito dramático. Sentiu-se traído por não ter tido ajuda divina. 

Todos esses aspectos me impulsionaram a escrever "D. e o Procurador". Definitivamente, o personagem Drácula é muito poderoso...

2 - Em D. & o Procurador, vemos uma exploração própria e única do universo de Drácula, com a inclusão de novos personagens. Como foi equilibrar a fidelidade ao clássico original e ao mesmo tempo introduzir elementos novos e intrigantes?
O livro não paira na superficialidade do terror, do sangue e da volúpia de belas donzelas com pescoços bem torneados, suculentos de energia vital e de sangue. Definitivamente, não se trata de meros temores, mas de uma introspecção severa quanto aos nossos verdadeiros valores.

Para manter o equilíbrio, mantive o teor do livro de Bram Stoker deixando fluir as nuances da obra, respeitando sua criação, contudo, integrei, durante minha narrativa, um mundo do final do século XIX carregado de problemas culturais e políticos; de dramas pessoais imiscuídos com mitos e medos. Enveredei ainda por uma linha tênue de rivalidade de uma Europa que se perdeu no tempo e de outra que avançou, tornando-se arrogante ao se deparar com culturas mais frágeis. Ademais, adentrei também em temas sensíveis e complexos como a submissão da Irlanda diante do Império Britânico; o império cujo Sol nunca se punha. 
Ressalto, entretanto, que não me limitei a tais questões, avancei ao deixar o personagem Connor Burke demonstrar suas fragilidades pessoais, porém, não se esquivando de enfrentá-las para buscar algo maior para sua vida. 

3 - A obra Bragof mergulha nas complexidades da experiência humana, destacando a evolução como um dever contínuo. O que inspirou você a abordar temas tão profundos e universais em sua narrativa?
Bragof, como sempre afirmo, não se trata de uma simples escolha. Escolher, tomar decisões são coisas difíceis de serem realizadas, pois cada pessoa tem suas buscas pessoais e seus sentimentos próprios e perdidos, os quais caminham juntos com os temores do fracasso, portanto, a luta para acertar é constante, iniciando-se a partir da consciência da própria vida até o fim de sua existência. 
Nesse cenário entra Bragof como um escapismo para tentar consertar os erros do passado, do presente e lutar para construir um futuro mais harmônico para si e para aqueles que estão ao seu redor. 
Assim, a minha inspiração maior para escrever Bragof manteve-se nessa zona da busca por lucidez para que cada um consiga descobrir seus caminhos e sentir o perdão diante de suas falhas, não deixando, entretanto, de enfrentar as batalhas vindouras. 
Destaco ainda que minha inspiração orbitou, sobretudo, na atmosfera de que a glória dependerá de como cada um enfrentará a si mesmo e as intempéries do mundo, mesmo diante da decisão inexorável e dramática de seguir ou não para Bragof.

4 - Você faz muitas pesquisas antes de escrever uma história?
Sim, tudo que escrevo demanda estudos e pesquisas para ser mais claro e coerente. Escrever não é tarefa simples, exige muito e, principalmente, muita atenção. Além do que, trata-se de uma grande responsabilidade, porquanto, além de ser exposto, a mensagem de cada palavra que escrevo poderá afetar pessoas.

5 - No contexto literário nacional, como você vê o papel da sua obra na expansão e diversificação da produção literária brasileira, especialmente dentro dos gêneros que você explora em suas obras?
Acho que há espaço para todo tipo de literatura, o brasileiro lê muito pouco, assim, o mercado poderá aumentar bastante. Há leitores para todos as formas de leitura. 
Por isso, o escritor, diante desse cenário, não precisa se preocupar com o gênero, deve focar naquilo que gosta de escrever. 
Ademais, penso que literatura deve se manter na condição de mais uma ferramenta da liberdade de expressão, a qual não deve se submeter a interesses impróprios.
Quanto ao gênero de literatura que escrevo, noto que as pessoas conscientes estão muito voltadas para si mesmas, estão mais exigentes com seu bem-estar, isso deflagra um intimismo profundo que enseja uma procura por soluções.
Nesse contexto, acho que a literatura intimista tem grande potencial de crescimento nunca visto antes, pois, apesar de a futilidade ter grande força ao invadir as mentes das pessoas, há um enorme interesse pela busca por paz interior e por conhecimentos que transformem a vida. 
Acho que as pessoas se tornaram mais exigentes para galgar um padrão físico, mental e espiritual melhor. E a literatura é uma ponte para se alcançar essa finalidade. Os erros e acertos alheios que são descritos em cada obra literária nos alertam sobre as nossas atitudes.

6 - Fale um pouco sobre sua forma de criação... Possui alguma mania na hora de escrever?
A criação é algo que não tenho controle, mas sei que suas fontes advêm do mundo, das experiências e das observações ao meu redor.
Quanto às manias, acho que não as possuo, escrevo apenas quanto posso, sou profissional do Direito e ainda tenho outras atividades, por isso, a literatura é apenas uma parte de minha vida, gostaria que fosse uma parte maior, mas, por enquanto isso não é possível.
No entanto, quanto perco o sono, aproveito para escrever de madrugada. Já presenciei várias e várias vezes o dia clarear enquanto escrevia. Talvez, essa seja minha mania.

7 - Quais são seus projetos para um futuro próximo?
Gostaria de deixar algum recado para os leitores do Lost Words, e para seus futuros leitores?
Atualmente, tenho alguns projetos, mas não sei quando irei implementá-los.
Sim, meu recado é bastante simples, leiam, ler significa viver experiências que lhes trarão conhecimentos infinitos com a finalidade de aprimorar suas vidas para se tornarem pessoas melhores, porém, não se esqueçam, leiam com o espírito crítico, não deixem que linhas tortas confundam seus bons princípios.

Sobre suas obras:
Sinopse: Os sonhos e as frustrações são inerentes ao ser humano. Não há como viver sem sentir a dor da derrota ou o contentamento da vitória.
Evoluir não é um mero consectário do passar da vida, trata-se de um dever constante em face de terceiros e, sobretudo, uma resposta condizente a nossa própria alma.
A direção correta a ser tomada encontra-se descrita em nosso coração, basta ter serenidade para descobrir e cumprir o verdadeiro desiderato.
Mesmo que a estrada seja mais árdua é para lá que se deve ir, sob pena de jamais alcançar a glória.
A atmosfera da trama do livro gira em torno dessas vivências reais ou ilusórias decorrentes dos desejos e dos medos.
O enredo adentra ainda no mundo de ganhos, de perdas, de consequências e de remissões que rondam as pessoas em cada passo dado.
Não fuja do espelho, do enfretamento nem do caminho a tomar.
Bragof não é uma simples escolha! - Compre aqui!
Sinopse: Às criaturas humanas foi dado o dom de buscar a verdade, mas, infelizmente, essa capacidade encontra-se adormecida pela maioria das pessoas.
Nessas crônicas, há um incessante empenho de desvendar a dor e entender a paz, afastando-se da loucura que o mundo impõe a cada um de nós.

"Apesar de nossa insignificância no Universo, a vida é uma dádiva, por isso, não sofra com questões impossíveis.”
(Fauno Mendonça) - Compre aqui!


Sinopse: Nos passos flutuantes do Conde Drácula, esta obra escoa nos seus preparativos para seguir rumo à Inglaterra Vitoriana do final do século XIX em busca de sua redenção, bem como, adentra nos profundos questionamentos do Procurador Connor Burke. Não se trata de uma ficção de terror, aproxima-se de um intenso drama com tons de suspense, no qual o leitor terá a oportunidade de desvendar segredos e mistérios encravados no lado mais oriental da Europa e enxergar os vícios e as vicissitudes de suas personagens que buscam algo maior para suas vidas. Baseado na magnifica obra “Drácula”, de Bran Stoker, este livro imerge na mente sombria do Conde da Transilvânia, desnudando sua dor atemporal na sede de paz eterna, bem como na batalha introspectiva do Procurador irlandês, a fim de encontrar seu verdadeiro caminho diante de um mundo vil e complexo. Quem teve o privilégio de ler a referida obra de Bran Stoker irá reencontrar alguns de suas exóticas personagens e sentirá ainda a solidão do anti-herói das sombras e do sangue que sobrevive na penumbra da morte; conhecerá também outras criaturas que vigiam os nossos medos e sonhos. Encontre-se juntamente com D. e o Procurador no lado oculto da terra além das florestas, local onde há uma luz de vela bruxuleante iluminando as trevas da existência. - Compre aqui!


Sinopse: Um livro complexo que envolve a morte, os sonhos, os medos e uma profunda reflexão de seu personagem. A narrativa aproxima-se dos que têm afinidade com literatura, eis que exige do leitor muita atenção, mas os acontecimentos no curso da leitura são retilíneos até o desfecho.

A narrativa flui em primeira pessoa e foca no personagem central, que está no limiar da vida para a morte. Nesse lapso temporal, têm início seus questionamentos e perspectivas importantes, não exploradas ao longo de sua existência.

No desencadeamento de suas buscas e compreensões, outros personagens irão surgir, mas o leitor terá dúvida se são criaturas reais ou dos próprios temores e quimeras do narrador. Um drama carregado de dúvidas acerca de uma batalha interior intensa. Um êmulo cruel haverá no centro de uma procura maior.

Embora seja um livro pesado, de perspectivas e conclusões, há uma mensagem positiva para aqueles que vivem no mundo agônico de buscas vazias, que vivem “a busca dos loucos”, e pensam em entregar-se para o eterno. É um livro da cor do chumbo, por divagar bastante e levantar questões básicas da realidade que, por vezes, são deixadas no lado escuro da alma. - Compre aqui!


Sinopse: Dezenas de ensaios que questionam o que há ao nosso redor. É leve e interessante para fazer pensar sobre muitos aspectos relevantes. O leitor terá o prazer de refletir e observar o mundo por uma janela tênue, que mostrará perspectivas do autor sobre o mundo. Procurei abordar muitos temas, que darão ao leitor possibilidades de refletir e tirar suas próprias conclusões.

O livro tem o objetivo de internalizar nas pessoas a coragem de encontrar-se com os desejos mais importantes de sua existência, encontrar-se com o divino e, sobretudo, encontrar-se consigo. Um livro para deixar para trás o ego e adentrar nos reais valores que dão sentido à vida. A obra leva uma mensagem de obstinação para lutar por sonhos, antes que o mundo faça suas imposições. Encontre-se e tenha lucidez a fim de buscar aquilo que de fato importa. - Compre aqui!

Sobre o autor:

Nasci no Planalto Central, Goiânia, em 1968, ano que nunca acabou. Período tumultuado não somente no Brasil, mas, sobretudo, no mundo. 
O sentimento de liberdade pulsava. 
O tempo navegou e, no meio de turbilhões de acontecimentos, ideologias nefastas continuaram atormentando e destruindo a liberdade, ceifando vidas e enganando pessoas .
E nessas veredas, no início do primeiro verão da década de 90, tornei-me bacharel em Direito, fui advogado e atualmente trabalho no Poder Judiciário e resido em Brasília há quase trinta anos.

A literatura surgiu desde sempre em minha vida, não somente lendo os clássicos, mas, principalmente, lendo as pessoas, o mundo e suas intempéries. 

Aos 35 anos, escrevi meu primeiro livro: A Busca dos Loucos, tendo seu lançamento ocorrido alguns anos depois. O livro, de complexa introspecção, foi escrito fora dos padrões lineares, mas tem início, meio e fim.

Após mais de 10 anos sem produzir, escrevi Encontre-se, um livro de ensaios que dão ao leitor possibilidade de enxergar a vida por vários ângulos e buscar caminhos plausíveis.

Por fim, em 2017, surgiu a vontade de escrever D. e o Procurador, livro imerso em valores nobres de nossa existência, baseado na magnífica obra “Drácula” de Bram Stoker. Na obra, busquei enaltecer sentimentos verdadeiros de seus protagonistas.

No início de 2022, lancei Ao Norte do Silêncio, crônicas que procuram afastar a loucura que o mundo impõe às pessoas.

No final do mesmo ano terminei de escrever Bragof.
Nesse livro busco demonstrar as fraquezas humanas e suas ilusões perdidas. 

A literatura desvenda a vida!

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Beijos!

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