ENTREVISTA COM AUTORES #198 | Autora Manu Rosa

by - terça-feira, junho 04, 2024


1 - Qual foi sua inspiração para começar a escrever?
Eu não sei dizer exatamente quem ou o que me inspirou a começar a escrever. Porém, a minha avó era uma poetisa, sempre escrevia poemas para o jornal da cidade, então de alguma maneira ela me influenciou no mundo da escrita.

Lembro vagamente também que a professora da escola que eu estudava, quando tinha uns 6 ou 7 anos, nos motivou a ler um pequeno livro de poemas. E nos passou uma tarefa de criar o nosso próprio livro de poesias, como se fosse um pequeno diário rimado. Eu amei a ideia na época. Lembro do "livrinho" que fiz até hoje, feito num caderno pautado, no qual também ilustrei meus pequenos poemas infantis. Escrevi à mão cada um deles, e com ajuda da minha mãe, fizemos uma capa desenhada. Estou à procura deste caderninho porque só me lembro dele na memória mesmo.

Eu me recordo também de uma história que criei, nessa mesma época, com band-aids coloridos que eu não queria jogar fora, onde cada amigo meu era um personagem. Eu já tinha o sonho de publicar um livro nessa época! Porém, ainda não concretizei esse sonho. Acredito que logo logo o momento certo chegará.

2 - Quais autores ou obras influenciaram seu estilo de escrita?
Muitos autores e autoras influenciam minhas criações de maneira indireta, principalmente os músicos e cantores. É difícil escolher um só porque a música me influencia criativamente de maneira geral. Porém, eu admiro muito o trabalho de Caetano Veloso e Gilberto Gil, Cazuza e Renato Russo, Djavan, Russo Passapusso, Vanessa da Mata, Adriana Calcanhotto, Marisa Monte, além de várias cantoras e compositoras internacionais como a Émilie Simon, Aurora, Björk, Florence, Ionna Lee, Robyn, Tove Lo, Grimes, FKA Twigs, Lady Gaga, Sia, VV Brown, e, claro, do meu duo favorito, a banda AIR, e vários outros artistas que escuto com certa frequência.

3 - Como você lida com o bloqueio criativo?
O bloqueio criativo, para mim, é difícil de lidar. Eu me sinto meio morta quando não estou criando nada. Eu prefiro sempre estar criando alguma coisa que seja, pois gosto muito de arte de forma geral, incluindo desenhar, pintar, dançar e etc. Eu, geralmente, tento dar um tempo livre para a cabeça e busco observar e admirar as pequenas coisas para ter inspirações criativas. Como moro em Brasília, eu gosto muito de dar uma voltinha de carro também para espairecer, ver os monumentos da cidade, as árvores e o céu. Dirigir sozinha tem um grande efeito meditativo em mim e tenho muitos insights no carro, enquanto ouço música no volume mais alto possível.

4 - Quais desafios você enfrentou durante sua jornada como escritor(a)?
Continuo enfrentando vários desafios, na verdade, pois me sinto iniciando uma nova carreira literária mais profissional, até então, era tudo um grande hobby. Porém o que mais sinto é a vontade de escrever sempre o que vem do coração e do que estou sentindo no momento. Para mim, é difícil não escrever algo relacionado aos meus sentimentos, e ter que forçar uma vibe alegre num determinado contexto, quando estou triste e vice-versa. Eu preciso sempre escrever poemas correlacionados aos meus sentimentos do momento, como uma forma de extravasamento. E creio que isso me limita de alguma forma no âmbito profissional da escrita.

5 - Você já teve experiências significativas com seus leitores? Alguma história que gostaria de compartilhar?
Sim sim, algumas situações muito bonitas, nas quais os leitores, e principalmente leitoras, se identificam muito com minhas poesias e sentem que o texto foi escrito para elas. É muito lindo isso! Minha mãe também ama muito tudo o que eu escrevo. Fico super feliz que ela goste da minha escrita, mesmo que nós tenhamos visões de mundo tão distintas.

Outra coisa legal é que um amigo virtual que fiz no Threads está escrevendo contos inspirados na minha vida. Creio que minha escrita poética, e também cômica e narrativa no aplicativo, tenha influenciado na vontade dele de escrever sobre as situações inusitadas que a minha vida amorosa já me levou. De fato, minha vida daria bons livros só de histórias reais. É cada coisa doida que me acontece que valeria a pena escrever a respeito.

6 - Como é o seu processo de escrita? Você segue uma rotina específica?
Eu não sigo nenhuma rotina específica. Eu deixo o texto fluir naturalmente do que estou sentindo. Porém, palavras chaves costumam me inspirar. Eu escrevia muitos poemas para cada uma das peças únicas de joalheria lúdica e artesanal que eu criava para a minha pequena marca autoral, a Manualmente Joias Criativas. Eu criava um nome criativo para cada joia, e pelo nome e conceito de cada coleção, escrevia um texto inspirado na peça. No momento, estou um pouco parada com as criações em joalheria, porém pretendo retomar em breve.

Eu escrevo muito no Threads atualmente também. Vários poemas já são diretamente escritos por lá, eu só sinto, penso rapidamente na ideia, e deixo o texto fluir naturalmente por intuição e algumas rimas.

7 - Qual é o impacto que você espera que suas obras tenham nos leitores?
Se eu puder deixá-los mais felizes, compreendidos, acolhidos e tocados com a minha escrita já será o bastante para mim. Meu objetivo é tocar os corações, fazê-los sentir, chorar, sorrir, se emocionar. O mundo já é frio demais o tempo todo, no quesito social, eu quero mesmo é dar um abraço em forma de palavras para cada um que me lê.

8 - Quais são seus planos para o futuro? Você está trabalhando em algum novo projeto?
Eu tenho alguns bons planos em mente, e estou indo aos poucos com cada um deles. Pretendo escrever, ilustrar e diagramar livros voltados para o público infantil, e também lançar outros livros de poesias para o público adulto. Mas, um dia, ainda pretendo colocar as minhas histórias reais no papel e lançar livros autobiográficos também.

Gostaria de deixar algum recado para os leitores do Lost Words, e para seus futuros leitores?
Muito grata pela oportunidade de estar aqui! Estou me sentindo muito chique e amada! Agradeço demais a todos que acreditam que eu ainda posso ter uma linda carreira na escrita. Beijo grande da Manu Rosa!

Sobre o(a) autor(a):


Eu me chamo Manu Rosa, sou artista, designer e escritora. Fiz graduação em design de produto e gráfico pela Universidade de Brasília, e pós graduação em Design de Moda pelo SENAI CETIQT. Criei uma marca de joias artesanais, lúdicas e autorais, a Manualmente Joias Criativas, onde escrevo poemas para cada peça criada. Atualmente, faço pós graduação em arteterapia no Instituto Junguiano de Ensino e Pesquisa. Acredito fortemente no poder da cura pela arte, e é por isso que escrever me faz tão bem, a cada poema que escrevo me sinto um pouco melhor comigo mesma. Você pode encontrar meus textos e poemas no Instagram e no Threads pelas contas: @manunissima e @manualmentejoias

Beijos!

Você também pode gostar desses posts:

0 comentários